Marcela Matos/Asscom/Unit
Publicado no jornal Correio de Sergipe
Dados da Associação dos Fabricantes de Materiais Sanitários – Asfamas – informam que o brasileiro gasta, em média, cinco vezes mais água que o volume indicado como suficiente pela Organização Mundial de Saúde – OMS –, que recomenda o consumo diário de 40 litros por pessoa. No Brasil, esse número chega a 200 litros.
Em média, um banho de 15 minutos pode gastar até 135 litros de água. O hábito de escovar os dentes pode utilizar 6 litros. Uma simples lavagem de rosto, 2,5 litros. Imaginar todo esse gasto pode parecer simples, no entanto, multiplicar todo ele em hotéis, prédios comerciais e condomínios representa muito custo.
Em Aracaju, a rede hoteleira Ibis já procura minimizar gastos e promover benefícios ao meio ambiente. Desde que foi inaugurado há dez meses, um dos hotéis, localizado na Orla de Atalaia, é o único prédio na cidade que reaproveita 100% da água cinza.
“É realizado um tratamento biológico aeróbico, depois a água passa por um decantador e, logo após, por um polimento que vai matar os micro-organismos. O resultado é que se tem uma eficiência de 95% a 98% dos sistemas de tratamento”, a explicação é do mestre em Saúde e Ambiente e professor do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Tiradentes, Genival Nunes.
Segundo o estudioso, o hotel pode ter o retorno do investimento em sustentabilidade no período de um ano, se mantiver uma capacidade média de 60% de ocupação. “É um investimento ambiental, social e de negócio”, ressalta Genival.
O docente apresentou todo o processo aos alunos do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Tiradentes, durante visita técnica ao hotel. “Para o profissional, é fundamental ter a compreensão de todas as áreas. Não basta apenas pensar apenas na natureza, é necessário criar negócios que sejam economicamente sustentáveis. A sustentabilidade tão sonhada precisa ser construída com conhecimento”, afirma o professor.
Para a população de forma geral, Genival explica que não existe uma segurança técnica para a reutilização da água cinza em casas. “A melhor solução ainda é a conscientização. A educação ambiental é o mais importante”, conclui.