“Em um trabalho da disciplina Estágio Supervisionado em Gestão Educacional, as alunas vieram até a escola, diagnosticaram alguns problemas e decidiram montar um ambiente lúdico para que as crianças pudessem sair da sala de aula e ter um outro espaço de aprendizagem”, explica a coordenadora do curso de Pedagogia da Unit, professora Viviane Andrade.
Tudo na brinquedoteca foi conseguido por meio de doações. Um trabalho gratificante, segundo a acadêmica Emilene Souza, sobretudo pela reação das crianças. “O sorriso, a felicidade delas é algo que a gente vai levar para o resto da vida”, diz.
A Escola Augusto Maynard possui cerca de 220 alunos, do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. “Nosso contexto social não permite mais que essas crianças brinquem na rua, por conta da violência, nem no quintal, pois muitas moram em casas muito pequenas ou apartamentos. Então, a escola oferecer este espaço é algo muito proveitoso”, comemora a professora da rede estadual Mônica Rocha.
“A brinquedoteca auxilia o desenvolvimento da criança no cognitivo, na afetividade, no emocional, porque ela terá contato com um espaço lúdico, que representa a fantasia. A ausência deste espaço implica numa criança muito individualista, sem desenvolvimento da sua criatividade e imaginação”, comenta a professora da Unit, Vanda Salmeiron.
“Saindo da sala de aula tradicional, nós instigamos a curiosidade da criança e o aprendizado vem muito mais rápido, muito mais tranquilo”, acrescenta a professora Simone Farias, titular da disciplina de estágio.
Para a coordenadora pedagógica da Augusto Maynard, professora Tereza Cristina Góis, a brinquedoteca é um alento para muitas crianças carentes que vivem uma realidade social de conflitos. “Esse foi um ano muito difícil, de violência e outros problemas que as crianças trazem para a escola. E é nossa obrigação fazer algo por elas, juntamente com a família – que não tem tantas condições de ajudar por causa da carência. Na brinquedoteca poderemos trabalhar juntos – educador, pais e aluno”, analisa Tereza.
A diretora da escola, Antônia Cristina, vê na brinquedoteca um dos projetos mais importantes implantados nos últimos oito anos em que está à frente da instituição. “Estamos numa época de necessidade de nos unirmos para que a Educação possa avançar por meio de projetos como este”, reforça.
Aos 9 anos, a pequena Stefhany Gabriele Rozendo Pereira, estudante do terceiro ano, está encantada com o novo espaço que ganhou para brincar e aprender. “Achei muito bom porque antes a gente tinha que pegar o livro, voltar pra sala, sentar. Agora, aqui, a gente pode pegar um livrinho, pintar, brincar. Estou muito feliz”.