Por Stefânia Leal e Raquel Passos
Segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde, divulgada em setembro de 2020, o transtorno de ansiedade está presente em 86,5% das pessoas que responderam a pesquisa. E considerando a necessidade latente do debate acerca da ansiedade nos dias atuais, a Universidade Tiradentes, por meio do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial – NAPPS -, realizou a live ‘Ansiedade em tempos de Pandemia’, com as professoras e psicólogas Claudia Mara e Flor Teixeira, no último dia 14.
Para iniciar a conversa, a psicóloga Flor Teixeira definiu a ansiedade com o uso de três expressões principais: emocional, desconforto somático e medo. Para ela, a sociedade ainda tem uma espécie de birra quanto às emoções, justamente por desconhecer a importância das emoções durante os processos de cada indivíduo.
“A definição que eu trago é que ansiedade é um estado emocional desagradável, acompanhado de desconforto somático, tem relação com o medo e pode ser considerado desproporcional a uma ameaça real”, ressalta.
Dentre as subtemáticas do encontro virtual, a característica biopsicossocial dos seres humanos foi destacada, justamente para ressaltar que é importante o desenvolvimento completo das características, o que engloba as emoções como parte fundamental do bem-estar humano.
“Lembrem-se sempre, somos seres biopsicossociais, então se o meu psico não está bem, isso vai afetar o meu bio, então é natural que o meu comportamento ansioso afete também toda a reação fisiológica do nosso corpo”, completa Flor.
A psicóloga do NAPPS, da Unit Cláudia Mara, chama atenção para o excesso de informações como um dos agentes estressores na pandemia. “O excesso de informação também se configura como agente estressor, um agente que vai causar um gatilho e além disso, podemos reconhecer que o próprio isolamento também intensifica esses sentimentos, gerando a sensação de solidão”.
Somando-se a afirmação da professora Cláudia, a psicóloga Flor alerta que não existem receitas prontas para acabar com a ansiedade. O que deve ser feito é pensar em estratégias para evitar a ansiedade, a exemplo de evitar o excesso de informação, o que não significa anular-se das notícias, mas saber filtrá-las e até mesmo filtrar os meios de obtenção de informações.
Para auxiliar nas estratégias de evitar a ansiedade, as psicólogas enfatizam as atividades que proporcionam auto satisfação como fundamentais, seja assistir um filme, fazer trabalhos manuais, cozinhar ou até mesmo optar por não fazer nada.