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Evento na Unit discute relação entre divulgação científica e inteligência artificial

O IV Encontro de Produção Científica do Nordeste reúne estudantes, professores e pesquisadores para refletir sobre o impacto das novas tecnologias sobre a produção e divulgação do conhecimento científico

às 15h43
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Foi aberto nesta quinta-feira, 19, no Tiradentes Innovation Center, o IV Encontro de Produção Científica do Nordeste (Enprodic), promovido conjuntamente pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Tiradentes (PPED/Unit), pela Editora Universitária Tiradentes (Edunit) e pelo Grupo de Pesquisa em Educação, Tecnologia da Informação e Cibercultura (Getic), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP). O evento, que vai até esta sexta, 20, reúne estudantes, pesquisadores e professores de diversas áreas do conhecimento, para discutir o tema “Divulgação Científica e Inteligência Artificial: Travessias e Fronteiras”. 

O evento conta com uma programação composta por conferências e mesas redondas com especialistas convidados, que propõem reflexões diversas sobre a relação entre o advento das tecnologias de inteligência artificial e as ações de produção e divulgação do conhecimento científico. Segundo a professora Cristiane de Magalhães Porto, docente do PPED e diretora da Edunit, um dos objetivos do evento é fortalecer os diálogos entre pesquisadores e instituições de ensino e pesquisa, além de mostrar o conhecimento científico produzido nas universidades de Sergipe e do Nordeste. 

“A gente está sempre trazendo pessoas que falam, gostam e entendem sobre um determinado tema, sempre ligado à produção e difusão de ciência. E o evento coloca a Unit no cenário da discussão da divulgação científica que está em voga. A gente tem que mostrar o que a gente tem feito, e a produção científica em Sergipe é considerada boa. Nós temos muita gente que pesquisa, nós temos impacto social. A nossa universidade é uma das maiores universidades particulares do Nordeste, sobretudo em nível de pesquisa e de ensino. A gente tem uma infraestrutura, a gente sabe receber e estamos dispostos a discutir e colaborar com o conhecimento no Brasil”, afirma Cristiane. 

A palestra que marcou a abertura oficial do Enprodic foi dada pelo professor Mariano Pimentel, do Departamento de Informática Aplicada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Ele falou sobre “Inteligência Artificial e as travessias nas fronteiras do conhecimento”, dentro de um tema sobre o qual já vem produzindo diversos artigos estudos publicados em livros e revistas especializadas. Algumas destas publicações tiveram a participação da própria professora Cristiane Porto, que o convidou para abrir o evento. 

“Eu venho produzindo conhecimento sobre inteligência artificial na educação, e como ele está transformando essas práticas. Essa produção de conhecimento não é uma coisa individual. Cada um vai tecendo um fio nesse tecido complexo que é a produção do conhecimento. Uma construção coletiva em que a gente não necessariamente se entende, e é importante haver essa dissidência também. Uns gostam de IA e outros morrem de medo”, observa Mariano. 

Diálogo fortalecido 

Uma das participantes do Enprodic foi a mestranda Nelma Serrão da Silva Pinto, do PPED/Unit. Ela aproveitou as mesas-redondas e conferências para trabalhar ainda mais os insumos que irá abordar em sua dissertação sobre “Textos de divulgação científica para o estudo da gramática normativa”, cuja defesa está prevista para janeiro de 2025. “Esse é um momento muito importante, porque você amplia o conhecimento, tem diversas trocas, abre os horizontes para perceber aspectos que você não tinha percebido e vê-los com outros olhares, até de pessoas mais experientes. Falando da aprendizagem, por exemplo, como é importante a gente levá-la para esse lado humanizado e mostrar que não tem um método engessado. Nós temos que ter vários olhares para isso”, diz Nelma.

Outra participante foi a professora Susane Santos Barros, do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia (ICI/UFBA), que também já acompanhava o trabalho do PPED/Unit na área de divulgação científica. “A gente precisa estar sempre se atualizando. Acho que discutir divulgação científica, principalmente com essa abordagem mais filosófica, pensando na condição humana, é bastante interessante, porque o foco tem sido sempre em tecnologias. A gente quer entender o avanço das tecnologias e como utilizar, mas também é importante que a gente consiga pensar muito num equilíbrio do trabalho que a gente faz de divulgação científica e um equilíbrio com relação também às tecnologias em si”, observa Susane. 

A professora Maria Elena Infante-Malachias, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), foi convidada para conduzir uma das mesas-redondas do evento. Ela destaca que a realização do Enprodic reforça uma prática que, segundo ela, deve ser mais adotada pelos professores e cientistas para fazer frente aos novos tempos: escutar outros pesquisadores e conhecer a fundo outras realidades de vida e de produção científica. “Esse diálogo com colegas de outras regiões que estão trabalhando e têm muito a ensinar é riquíssimo. Eu aprendo, eu ensino e vamos criando uma rede de pessoas inconformadas, que vamos discutir e vamos pensar juntos. Isso reforça uma integração entre as universidades, que é necessária”, afirma Elena. 

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