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Pesquisa de IC aponta condições de acessibilidade na Praça São Francisco

Estudo realizado por alunas de Arquitetura e Urbanismo mostra a necessidade de obras e intervenções para garantir o acesso de idosos e pessoas com deficiência no Centro Histórico de São Cristóvão

às 22h32
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Uma pesquisa de iniciação científica desenvolvida no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit) apontou a necessidade de intervenções para melhoria das condições de acessibilidade em espaços públicos localizados no centro histórico de São Cristóvão, na região metropolitana de Aracaju. O trabalho das estudantes Vivian Ribeiro Panta e Julia França Marinho, ambas do sexto período do curso, foi realizado no âmbito do Provic (Programa Voluntário de Iniciação Científica), com orientação da professora Millena Moreira Fontes e dentro da linha de pesquisa “Acessibilidade, inclusão social e patrimônio histórico e cultural”.

O objetivo do projeto foi a realização de um foi realizar um diagnóstico da Praça São Francisco, em São Cristóvão, analisando a acessibilidade em espaços públicos localizados em sítios históricos, sobretudo para idosos e pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Composta por um conjunto de edifícios públicos e privados que representam o período da união entre os reinos de Portugal e Espanha (1580-1640), a praça é reconhecida desde 2010 pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Patrimônio Histórico da Humanidade.  

Vivian afirma que o estudo chegou a importantes conclusões sobre as condições de acessibilidade na Praça São Francisco. “Foram encontrados alguns pontos críticos que necessitam de reparos, como as vias de acesso que ligam a praça a outros espaços da cidades, desadequação do piso tátil e a falta de descanso para pedestres, o que evidencia a falta de acessibilidade na Praça São Francisco”, explica ela, ao citar o estado atual da Praça e a falta de acessibilidade encontrada, “principalmente nos acessos a outros espaços ao redor da mesma”. 

Entre os principais problemas levantados, estão a falta de vagas exclusivas de estacionamento para idosos e pessoas com deficiência, calçada sem material recomendado a acessibilidade, rampa com barreira e desnivelamento entre calçada e faixa de pedestres, barreira e piso tátil. A pesquisa apontou que estas situações estão em desacordo com o previsto na norma NBR 9050:2020, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que rege os padrões relacionados à acessibilidade. 

Além disso, foi constatada a ausência de calçada na Rua Mamede Fernandes Dantas, que dá acesso à praça. “Apesar do local ser predominantemente plano, o trajeto inclinado tem distância considerável, os cento e oitenta metros entre a praça Lourival Batista e a praça São Francisco, sem lugares de repouso, nem ao menos um passeio adequado para melhorar o deslocamento das pessoas”, diz um trecho do estudo. 

Júlia informa que as conclusões da pesquisa “serão encaminhadas como alerta” às autoridades competentes, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura Municipal de São Cristóvão. “Fica em aberto o estudo para novas diretrizes para uma rota acessível, auxiliando na consideração de propostas e futuras intervenções no local. A escolha do tema é fundamental, porque a acessibilidade é um direito a todos e muitos patrimônios históricos brasileiros carecem de estrutura adequada para serem de fato inclusivos”, frisa ela. 

Promovendo a acessibilidade

O trabalho foi apresentado em novembro do ano passado na 26ª Semana de Pesquisa da Unit (Sempesq). De acordo com as autoras, ele ressalta a importância de atividades interdisciplinares, com arquitetos, urbanistas, autoridades locais e a comunidade local, com o objetivo de desenvolver soluções eficazes que promovam a acessibilidade universal. “O impacto deste estudo é bastante significativo, pois ele contribui diretamente para a melhoria da acessibilidade em um patrimônio histórico. Ao garantir que mais pessoas, especialmente para as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, possam usufruir dos espaços públicos, com segurança e conforto, provemos um ambiente mais inclusivo e justo para todos”, acrescenta Vivian. 

Elas também consideram que o trabalho foi importante para o desenvolvimento de habilidades e o aprofundamento de conhecimentos, com o objetivo de contribuir diretamente para melhorar a vida das pessoas que vivem nas cidades. “A arquitetura e o urbanismo nos atrai com seu papel transformador na sociedade e essencial para cidades mais acessíveis. A iniciação científica foi importante para nós como uma oportunidade para desenvolver habilidades de pesquisa e escrita, trabalhar em equipe e aprofundar conhecimentos”, define Júlia.

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