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Deep Fake: vídeos falsos utilizando inteligência artificial simula realidade

A criação de vídeos falsos não é nova, mas está cada vez mais aprimorada com o uso da inteligência artificial e propaga deep fake.

às 11h26
Imagem: Freepik
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A indústria de fake news está ficando cada vez mais sofisticada. Seu mais novo produto é a deep fake, uma técnica que utiliza recursos de inteligência artificial para substituir rostos em vídeos e imagens, imitando a voz e distorcendo o conteúdo das falas originais. Do ponto de vista da tecnologia, é difícil parar essa evolução. Por isso, é preciso ficar atento, se informar apenas por fontes confiáveis de informação e sempre checar antes de repassar algo.

“A deep fake utiliza inteligência artificial para criar um outro vídeo a partir de imagens ou de outros vídeos para fazer de conta que é real. Chega-se ao nível de falsificar frame a frame, utilizam a mesma voz em um vídeo, que parece ser você falando e quem está vendo tem a percepção realmente que é você movimentando os lábios e utilizando expressões faciais. Então, é muito difícil de uma pessoa identificar se realmente é ou não real”, explica o professor dos cursos de Computação da Universidade Tiradentes, Fábio Santos.

A técnica não é nova, mas tem sido utilizada de forma muito mais verossímil. Antes da inteligência artificial já era possível fazer montagens, mas de forma muito mais complexa que requeria conhecimento aprofundado da ferramenta utilizada. “As técnicas de inteligência artificial são técnicas que já existiam e haviam sido estudadas, só que agora estão sendo utilizadas com a vertente que antes não se fazia”, afirma.

“Começou com as fake news por mensagens. E na deep fake são vários tipos: as de texto, em que a pessoa simula como se fosse a escrita de alguém e tem a deep fake de imagem. Então, vão-se criando diversas situações utilizando as técnicas da computação. É isso o que está acontecendo hoje, efetivamente”, acrescenta o professor.

Cuidados

Segundo Fábio, a maioria das pessoas não está preocupada com essas situações até mesmo por não conhecerem o que é a deep fake. “O ideal é que você veja todo o vídeo e se tiver dúvida,  passar ele de trás pra frente, de frente pra trás várias vezes para ver possíveis falhas. Só que você não é especialista na área de imagem, então, dificilmente vai conseguir perceber, mas pode ser que tenha uma percepção”, indica.

Para evitar cair na crença de falsos conteúdos, o professor sugere: “ao receber uma notícia, eu olho e não acredito. Na maioria dos casos não é uma coisa que me chama atenção ou que não faz nenhum sentido. Aquelas que eu julgo pertinentes, eu me coloco em dúvida ‘será que isso é real’ e faço uma curadoria de conteúdo porque pode ser algo totalmente falso”, recomenda.

“Mas, é absurdamente difícil para a maioria das pessoas identificar a deep fake. Infelizmente, é uma técnica que vão utilizar cada vez mais e pode causar um dano muito grande para a sociedade”, lamenta o professor.

Eleições

As fake news têm impactado as eleições em diversos países. O termo tornou-se popular após as eleições dos Estados Unidos, em 2016. Normalmente, elas geram desinformação, polêmica e desconforto em torno de uma situação ou pessoa, buscando confundir os eleitores e a população em geral. Dessa mesma forma, a depp fake pode influenciar negativamente. 

“Geralmente, você está em um grupo em aplicativos de comunicação e redes sociais nos quais têm pessoas em que você confia, dificilmente você entra em um grupo de alguém que é desconhecido. Então, são grupos de pessoas ou de interesses em comum e você acaba tendo uma relação de confiança. Quando aquela notícia vem de pessoas nas quais você confia, muitas vezes ela já está repassando sem saber. Isso vai influenciar realmente o seu pensamento”, esclarece.

Efeitos legais

Segundo o professor, utilizar técnicas para criar conteúdo falso não tem nenhuma aplicação legal, a princípio. “Então, eles não estão cometendo nenhuma ilegalidade. As autoridades estão buscando realmente punir quem divulga coisas falsas em relação a eleição, mas oficialmente, não tem uma lei realmente em que se possa enquadrar diretamente como um crime. Primeiro surgem as inovações e a lei não acompanha”, lamenta.

 

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