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Inclusão das pessoas com deficiência ao ensino superior é tema de live

Durante a live foram discutidos os desafios da inclusão no ensino superior, dados do Inep e experiências das pessoas com deficiência na universidade

às 16h34
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“Menos de 1% das matrículas nas universidades é de pessoas com deficiência”. A declaração é da doutora Nanci Mitsumori, psicopedagoga do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial da Universidade Tiradentes (Napps/Unit). O tema foi debatido durante a live Desafios da Inclusão no Ensino Superior, nesta terça-feira, 21 de setembro.

Os dados do Censo da Educação Superior de 2019, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que há muitos desafios a serem superados. “Esse número vem aumentando ano a ano, mas ainda é um percentual muito pequeno, tendo em vista o número total de matrículas”, declara Nanci. 

A coordenadora do Napps, Kátia Araújo, falou sobre as ações realizadas pela Unit para aumentar a inclusão das pessoas com deficiência no ensino superior. “É um diferencial da Universidade Tiradentes fazer com que a educação seja, de fato, inclusiva. Temos quatro intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras), a doutora Nanci Matsumoto, que é psicopedagoa, duas psicólogas e uma psiquiatra”, disse.

A participante convidada, a doutora Mônica Rahame, coordenadora da comissão de ações afirmativas da pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), parabeniza a Unit pela criação do Napps. “Fiquei feliz em saber da existência do núcleo e que ele é tão atuante. Houve um trabalho muito intenso das pessoas surdas e das pessoas que entenderam a importância da língua de sinais. Mas ainda somos refém do modelo médico de deficiência. Muitas escolas e universidades pedem um laudo médico para conceder o suporte ao aluno”, expõe.

Segundo a psicopedagoga do Napps, doutora Nanci Mitsumori, o acesso à educação em todos os níveis é um direito fundamental do cidadão. Por isso, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi instituído. “Foi uma data criada justamente para refletirmos sobre a importância do desenvolvimento de mecanismos e estratégias para a inclusão dessas pessoas na sociedade”, disse.

De acordo com ela, além da necessidade de criação das políticas voltadas para o ingresso das pessoas com deficiência nas universidades, a continuidade dessa pessoa no meio acadêmico deve ser considerada. “Devemos garantir não só o acesso, mas a permanência e as possibilidades do aproveitamento acadêmico”, disse a doutora Nanci.

Experiências

Durante a live, o aluno Christian Freitas, do 4º período do curso de Educação Física, contou como sofreu pela falta do intérprete na instituição em que fez a primeira graduação. “Eu fiz o vestibular, passei e comecei o curso. O tempo foi passando e o intérprete nunca chegava. É um direito meu como pessoa com deficiência. Eu reclamei, mas não fui atendido. Passei a sentar perto do professor para fazer a leitura labial, mas às vezes o professor saía, andava ou virava as costas”, relata.

Agora, Christian é aluno da Unit e mesmo com a complexidade dos assuntos do curso de Educação Física, ele consegue entender. “A Unit é maravilhosa porque me ajuda a ter intérpretes, usa estratégias, tem estrutura. Os assuntos são pesados, mas a Unit me dá o aparato de que eu preciso. É muito importante ter intérprete para que o surdo assimile os assuntos e aumente o conhecimento. Estou amando”, revela Christian.

Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência

No Brasil, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é comemorado em 21 de setembro. A data foi instituída oficialmente em 2005 por meio da lei nº 11.133. Essa escolha remete à chegada da primavera e das flores, representando o despertar da luta das pessoas com deficiência.

Assista a live completa no Youtube da Unit.

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