ESTUDE NA UNIT
MENU

Museu Bispo do Rosário preserva obra contemporânea do japaratubense

O artista é um dos expoentes da arte contemporânea e produziu suas obras durante sua internação na Colônia Juliano Moreira, no RJ.

às 12h14
Acervo: Museu Bispo do Rosário
Acervo: Museu Bispo do Rosário
Compartilhe:

Dizem que de artista e louco todo mundo tem um pouco, mas para o japaratubense Arthur Bispo do Rosário (1909 – 1989) essa foi a sua sentença. Quase 50 anos da sua vida foram vividos na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, lugar onde produziu sua obra. Sua missão, segundo ele, era recriar o mundo para Deus e apresentá-lo no Juízo Final. Diagnosticado com esquizofrenia paranoide, Bispo usou um cobertor antigo para criar o traje bordado com palavras símbolos que se tornou uma das suas criações mais importantes: o Manto da Apresentação.

“Ao ser descoberto como artista, Bispo do Rosário viveu durante 50 anos criando e recriando suas coisas para seu novo mundo, dentro da sua cela. O legado dele é grandioso, especialmente no campo das artes plásticas. Ele confeccionou diversos objetos de arte que se dirigiam ao mundo sensível, tendo como base a sua religiosidade, caracterizada com o objetivo de servir a uma missão, aproveitando-se dos materiais de uso cotidiano”, diz o historiador da Universidade Tiradentes, Dr. Rony Rei.

Dentre as suas obras, o historiador destaca: A História Universal,  Colônia Juliano Moreira, Grande Veleiro, Talheres Assemblage e Vitrine-fichário. “Mas sem dúvida, umas das maiores criações, o chamado Manto da Apresentação é uma vestimenta que sempre esteve com o artista em ocasiões especiais e é muito procurada pelos admiradores, inclusive tem uma reprodução dele no Museu da Gente Sergipana”, acrescenta.

Museu

Após a morte de Arthur Bispo do Rosário, em 1989, as suas obras foram abrigadas pelo Museu Nise da Silveira, no Rio de Janeiro. No ano 2000, a instituição mudou seu nome para Museu Bispo do Rosário para homenagear o principal artista do seu acervo. Desde 2018, o conjunto das obras de Arthur Bispo do Rosário é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 

O Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira (IMASJM) é responsável pela preservação, conservação e difusão da obra de um dos expoentes da arte contemporânea, de reconhecimento nacional e internacional. A partir do trabalho de Bispo e do contexto de criação, o museu promove debates sobre saúde mental e arte contemporânea.

*com informações do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea

 

Leia também: Tintiliano retrata cotidiano de Aracaju em aquarela

Compartilhe: