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O papel da Psicologia do Esporte nas Olimpíadas

O psicólogo esportivo e professor da Unit, Dr. Cleberson Costa, faz destaque para o companheirismo no Skate feminino

às 23h39
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Os Jogos Olímpicos são considerados um desafio, mas também uma dádiva na vida do atleta. Para isso, não basta apenas a preparação e domínio técnico, tático e físico. Para o alto rendimento do atleta, há uma outra característica fundamental: o bom desempenho mental. 

O psicólogo esportivo e professor do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes, Dr. Cleberson Costa, afirma ser “imprescindível” a psicologia para os atletas olímpicos. Para o professor, o esportista deve ser auxiliado por uma equipe multidisciplinar, composta por técnico, preparador físico, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo.

“O alto rendimento desgasta o atleta nas diferentes esferas e o desgaste psicológico não é diferente. Autocobrança, cobrança externa, rotina rígida, busca pela perfeição, manutenção da motivação, estabilidade emocional… Várias são as demandas que precisam ser trabalhadas no dia a dia, para que o atleta consiga chegar bem, saudável na mais importante competição esportiva mundial”, explica o Dr. Cleberson Costa.

Para compreender melhor a aplicação da Psicologia do Esporte, o professor Dr. Cleberson Costa, que atua nos cursos de Psicologia, Educação Física, Gestão de RH e Administração da Unit, ressalta que algumas particularidades do atleta são levadas em consideração.

“A Psicologia do Esporte possui amplo alcance. Ela possui ferramentas úteis desde o atleta amador até ao atleta de alto rendimento. Do mais jovem ao mais veterano. A psicologia aplicada ao esporte estuda e intervém em torno de demandas cognitivas-comportamentais em torno das demandas esportivas. A Psicologia do Esporte visa desenvolver e aperfeiçoar estas capacidades do sujeito para uma melhor prática esportiva”, pontua. 

 

Histórica participação feminina

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que 49% dos competidores das Olimpíadas de Tóquio 2020 são mulheres. Há tempos, as mulheres vêm quebrando tabus no cenário esportivo. A jogadora Marta, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo pela FIFA, é um dos exemplos. Mas, até o momento atual das Olimpíadas, uma brasileira roubou a cena. 

A skatista Rayssa Leal se tornou a atleta brasileira mais jovem a receber uma medalha olímpica. Apenas 13 anos e é prata no Skate. A “fadinha” é um dos destaques dos jogos. Apesar das Olimpíadas se tratarem de competições, um fato chamou a atenção: o companheirismo entre as atletas. 

“Foi bonito ver o companheirismo no skate. Até mesmo atletas de diferentes nacionalidades torcendo pelo melhor da adversária. Essa não é uma característica necessariamente associada ao sexo, mas muito específica da cultura de cada modalidade. O skate e algumas outras modalidades possuem essa cultura de torcer pelo melhor de todos, de estabelecer quase que uma rede de apoio entre os atletas, uma corrente positiva para o bem do coletivo, da modalidade. Seria interessante que a gente trabalhasse melhor isso já na iniciação esportiva, para que possamos desenvolver esse espírito esportivo em diversas outras modalidades”, afirma o professor Dr. Cleberson Costa.

 O professor da Unit considera como “importantíssima” a massiva participação das mulheres nos Jogos Olímpicos. “Algumas modalidades já conseguem a união de homens e mulheres numa mesma prova, como o tênis de quadra, com as duplas mistas. Essa junção tem um importante significado esportivo e social, seguindo o verdadeiro propósito olímpico”, pontua.

Psicologia do Esporte

Mas, no âmbito do esporte, será que as mulheres sofrem alguma pressão a mais que os homens? Para o professor, a análise deve ser feita nas perspectivas social e cognitiva. No âmbito social, as mulheres entram em algumas modalidades com dificuldade de aceitação e investimento, como é o caso do futebol de campo. Já na perspectiva cognitiva, as mulheres possuem diferenciais cognitivos, como níveis de atenção mais elevados se comparado aos homens. 

“Por outro lado, também numa perspectiva geral, o tempo de reação, a tomada de decisão e a regulação emocional dos homens tende a ser mais eficaz. Digamos que são características que devem ser analisadas caso a caso e que podem ser trabalhadas e aperfeiçoadas através de uma equipe multidisciplinar”, sinaliza o professor. 

Além de ganhar ou perder, as Olimpíadas devem despertar o sentimento de torcida e inspirar com os seus exemplos. “Os exemplos olímpicos são importantes, que tenhamos uma geração contagiada com a alegria e companheirismo da Fadinha do Skate”, completa o Dr. Cleberson Costa. 

 

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