Andréa Moura/ITP
“O PEP foi o primeiro programa stricto sensu em Engenharia do Estado de Sergipe e deu início à implantação de uma cultura voltada para a pesquisa que hoje reverbera em outros quatro programas, que já formaram aproximadamente 388 mestres e 35 doutores, e renderam mais de 2 mil produtos qualificados pela Capes, entre eles, artigos em periódicos, livros, capítulos de livros, depósito e registro de patentes, e trabalhos completos em anais de eventos. Somente a Unit publicou mais de 40 livros e coletâneas nos últimos quatro anos, fruto do trabalho dos seus docentes e discentes, e tudo isso começou em 2005, com a criação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos”, analisa a diretora de Pesquisa da Universidade Tiradentes, professora Ester Fraga Vilas-Boas.
Foi a partir do PEP que a Unit ganhou real status de universidade e passou a oferecer o primeiro curso stricto sensu na área de engenharia do Estado de Sergipe. Iniciado com apenas o mestrado em Engenharia de Processos, o PEP em pouco tempo ganhou força, elevou o conceito de 3 para 4 junto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e passou a oferecer em 2010 o curso de doutorado na mesma área de concentração, também com conceito 4 na Capes.
O PEP conseguiu outra nobre missão. Aumentou o número de doutores em Engenharia, que era historicamente baixo em Sergipe, e possibilitou a formação de capital humano altamente qualificado “em casa”, sem o estudante obrigatoriamente precisar ir para outros Estados.
Os Intercâmbios internacionais possibilitam aos discentes do PEP realizar estágios em diversas universidades do Brasil e do mundo. Em Portugal, por exemplo, dois alunos de Iniciação Científica e três doutorandos já realizaram atividades na Universidade de Aveiro e no Instituto Superior Agronômico de Lisboa. Outros três estudantes foram para a Wayne State University, nos Estados Unidos, e um deles, Gustavo Borges, ao retornar, tornou-se professor da Unit, o que também aconteceu com Ranyere Lucena de Souza ao voltar do doutorado sanduíche em Portugal.
Alunos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos da Universidade Tiradentes também já foram à República Tcheca, França e Espanha. A internacionalização mostra a capacidade da Unit, mais especificamente do PEP, de possibilitar aos estudantes e professores estudos fora do Brasil e também de receber quem vem de outros países, como Portugal, México, Peru, Argentina e Espanha.
É o caso do Samuel Venâncio de Souza, primeiro doutor em Engenharia Química do Timor Leste, que foi coorientado do professor Álvaro Lima, coordenador do PEP, e veio passar um tempo na Unit. Destaca-se também a vinda de diversos docentes visitantes nacionais e internacionais como Mara Freire (Portugal), Carlo Jara (Chile) e Claudio Zabaiolo (Argentina).
O PEP tem firmado parcerias com diferentes instituições de ensino superior como a Wayne State University, nos Estados Unidos, Instituto Superior Agronômico e Universidade de Aveiro, em Portugal; as universidades de Barcelona, Alicante e a Autonoma de Madri, na Espanha; Universidade de Lyon, na França; Universidade Técnica de Praga, na República Tcheca; Universidade Autônoma do México; Universidade de Havana, em Cuba; Universidade Técnica de Berlin, na Alemanha; e mais recentemente a Universidade Técnica de Viena, na Áustria.
Atualmente, o Programa de Pós-Graduação de Engenharia de Processos conta com mais um visitante internacional, o espanhol Antônio Muñoz, que realiza pós-doutorado na Unit sob orientação dos professores Álvaro Lima e Eliane Cavalcanti. Para aqueles que ficam no Brasil, o PEP tem parceria com instituições de ensino superior em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Santa Catarina.
Composição do programa
A área de concentração do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos da Universidade Tiradentes é em “Usos e Transformações dos Recursos do Nordeste”. Tem foco na resolução de problemas da região, utilizando tecnologia de última geração e criando soluções que podem ser aplicadas em qualquer outro tipo de problema semelhante em qualquer lugar. Associadas à área de concentração estão as duas linhas de pesquisa: “Uso de transformações de recursos minerais e energéticos” e “Uso e transformações de recursos agrícolas”, estudos que estão divididos entre os 16 professores integrantes do PEP. Por ano são oferecidas 20 vagas para o mestrado e 12 para o doutorado.
A notoriedade do programa é comprovada pelo alto nível da produção científica. Todas as teses e dissertações são convertidas em artigos qualificados, em sua maioria nos maiores estratos da Capes (A1 e A2), bem como patentes.
Nos últimos cinco anos o programa captou, em projetos, mais de R$24 milhões. “É um valor expressivo para um corpo docente relativamente pequeno. Ou seja, somos altamente capazes de captar recursos e oferecer aos nossos alunos uma boa qualidade de insumos para a pesquisa”, avalia o coordenador Álvaro Lima.
Destaca-se a captação em todos os órgãos de fomento do País, a parceria com a Petrobras em projetos de pesquisa e em editais de alta competitividade nacional, como os editais voltados para célula à combustível (professores Giancarlo Banda e Katlin Barrios), biodiesel (Álvaro Lima, Cleide Soares, Manuela Leite e Rebeca Padilla), CT-Hidro (Eliane Cavalcati, Odelsia Alsina e Luiz Ferreira) e Petrobras (Claudio Dariva, Elton Franceschi e Gustavo Borges).
Prêmios
Professores e alunos do PEP têm ganhado prêmios estaduais e nacionais. O melhor exemplo é a medalha de ouro da World Intelectual Property Organization – Wipo –, concedida aos docentes Giancarlo Banda e Katlin Barrios, pela melhor patente verde do ano de 2014. A premiação, promovida por uma agência especializada da ONU, é concedida anualmente a uma patente no Brasil. O Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos da Unit também abocanhou os prêmios estaduais da Fapitec, na área de Tecnologias Sociais 2012, Pesquisador Sênior 2013 (Álvaro Lima) e Pesquisador Júnior 2014 (Ranyere Souza).
Outro destaque do PEP é a infraestrutura de sala de aula, biblioteca e laboratorial do Instituto de Pesquisa e Tecnologia – ITP –, onde os pesquisadores desenvolvem seus trabalhos. Destacam-se o Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais – Nuesc – e mais oito laboratórios (Alimentos; Engenharia de Bioprocessos; Síntese de Materias e Cromatografia; Eletroquímica e Nanotecnologia; Estudos Ambientais; Tratamento de Resíduos e Efluentes; Catálise e Energia; e Biologia Molecular), todos voltados integralmente as atividades de pesquisa.
Diante de tantas conquistas, Álvaro Lima prevê um futuro ainda mais produtivo para o programa. “A primeira década do PEP representa o início de um caminho que terá muitos quilômetros à frente nos próximos anos”.