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Químico australiano ministra palestra em Aracaju

Evento acontece no próximo dia 22, na Unit e aberto ao público

às 19h15
O coco verde é muito apreciado pela deliciosa água e carne suculenta. Mas não oferece apenas isso. Cientistas do Instituto de Tecnologia e Pesquisa – ITP – que são professores do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial da Universidade Tiradentes – Unit – descobriram, em parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros (unidade Sergipe), que da fibra encontrada da casca do fruto é possível fabricar bio-óleo e, a partir deste, compostos para a indústria química.
Australiano é pós-doutor em Química pela Universidade de Bristol, no Reino Unido (Foto: Agência O Globo)
Australiano é pós-doutor em Química pela Universidade de Bristol, no Reino Unido (Foto: Agência O Globo)
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E como isso é possível? Através da pirólise do coco e posterior análise dos constituintes por Cromatografia Gasosa Bidimensional (conhecida na nomenclatura internacional como GCxGC), técnica que permite identificar um grande número de compostos de uma determinada biomassa, como o bio-óleo da fibra do coco, e que foi desenvolvida pelo pesquisador australiano Philip J. Marriot, considerado no mundo o “papa” desta técnica. Philip Marriot estará em Aracaju na próxima segunda-feira, dia 22 de junho, proferindo palestra sobre “Métodos de separação aplicados a amostras derivadas de biomassa”.

Embora o evento tenha como público alvo alunos da graduação, mestres e doutores das áreas de Engenharia e Biotecnologia, será aberto ao público em geral, uma boa oportunidade, por exemplo, para as pessoas ligadas à indústria química. A palestra de Philip Marriot acontecerá na sala 4, do bloco F da Universidade Tiradentes, Campus Farolândia, às 15h. A vinda do australiano ao Brasil é um convite das professoras doutoras Elina Bastos Caramão e Laiza Canielas Krause, ambas da Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial da Unit.

“Ele vai abordar um assunto que interessa tanto a biotecnologia quanto a engenharia de processos, porque os pesquisadores dessas áreas estão desenvolvendo muitos projetos com pirólise, e essa técnica de análise praticamente se desenvolveu a partir dos laboratórios do Dr. Phillip, que permitiu identificar numa biomassa uma grande quantidade de compostos e de novas possibilidades de uso, o que antes não era possível”, explicou a professora Elina Bastos.

Graças à cromatografia Gasosa Bidimensional, também chamada no meio científico de “estado da arte em cromatografia”, foi possível descobrir que o resíduo do coco produz uma matéria prima importante para o Brasil e que tem sido importada: o furfural, um composto importante para a indústria química. “Temos uma matéria prima que gera cerca de 25% de furfural e que está sendo jogada fora, isso é um crime! Com nossos estudos e a ajuda da cromatografia bidimensional queremos não só dar um destino importante, nobre, ao que era naturalmente dejeto, como também ajudar na redução do impacto que este resíduo irá causar ao meio ambiente”, comentou a Prof. Dra. Elina Bastos.

Sobre o pesquisador

Dono de um currículo extenso, com mais de 150 trabalhos publicados mundialmente e várias premiações, o australiano Philip J. Marriot é pós-doutor em Química pela Universidade de Bristol, no Reino Unido. Foi professor do Departamento de Química da Universidade RMIT (Melbourne/Austrália) e vice-diretor do Centro Australiano de Pesquisa e Ciência da Separação. Tem experiência no ensino de Química Analítica, espectrometria de massa, espectroscopia atômica, métodos de preparação de amostras, análise de fluxo, cromatografia gasosa avançada e técnicas relacionadas. Desde o ano 2000 tem sido muito requisitado para ser conferencista internacional em universidades e empresas. Foi professor visitante em diversas universidades, dentre elas as de Hong Kong, China, Cingapura e Tasmânia.

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