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Pesquisador da Unesp fala sobre doenças transmitidas por vetores

Adriano Mondini ministra palestra em aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente

às 00h15
“O Aedes aegypti está amplamente espalhado pelo Brasil”, quem afirma é o professor da Universidade Estadual Paulista Adriano Mondini, doutor em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e pesquisador na área de diagnóstico de arbovírus, principalmente dengue, em invertebrados e humanos. Na noite dessa segunda-feira, 1º de março, ele palestrou na aula inaugural do Programa de Pós-graduação em Saúde e Ambiente da Universidade Tiradentes, que teve como tema “Doenças transmitidas por vetores na atualidade”. O evento ocorreu no Campus Aracaju Farolândia da Unit. "Este é um dos eventos que marcaram os dez anos do PSA", diz a coordenadora do programa, professora Cláudia Melo.
Adriano Mondini falou sobre dificuldade de produzir vacina contra a dengue
Adriano Mondini falou sobre dificuldade de produzir vacina contra a dengue
Auditório lotado
Professora Cláudia Melo: "este é um dos eventos que marcam os dez anos do PSA"
Palestrante fala para alunos de pós e de graduação
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Mondini explica que o Brasil convive com a dengue há pelo menos 35 anos, quando o primeiro caso foi notificado. Apesar de a prevenção ser o principal meio de combate ao mosquito, ele acredita que essa nunca foi uma grande prioridade na sociedade. “Existem outras prioridades para população: comer, manter o emprego, pagar o aluguel, e assim o cuidado com o Aedes fica em segundo plano. O Estado também não prioriza. É necessário um diálogo”, acredita.

Hoje, segundo pesquisas, o mosquito aedes já superam as outras espécies. “Em Araraquara fizemos uma coleta de ovos durante um ano e 90% dos ovos que eclodiram eram aedes aegypti”, afirma o professor. Adriano Mondini também falou sobre o zika vírus e a febre chikungunya. No Brasil, os casos são recentes, mas a existência deles é bem antiga. “O primeiro caso urbano de zika foi notificado em 1952. Depois na África, Oceania, Polinésia Francesa, chegou à Ilha de Pascoa e agora ao Brasil”, diz.

No entanto, segundo o professor, é necessário um aprofundamento nas pesquisas, principalmente para comprovação da relação entre o zika e a microcefalia. “Ainda tem muita coisa para se descobrir. Na Polinésia Francesa, no período em que se descobriu o zika, tivemos alguns casos de microcefalia, mas não podemos afirmar se há relação”, analisa.

Prevenção

Mondini reforçou que a prevenção é a melhor maneira de combate ao Aedes aegypti. “O repelente é muito importante, principalmente para as grávidas, mas o mais importante é não deixar que o mosquito se desenvolva na sua casa”, explica.

O pesquisador também falou sobre a dificuldade de se desenvolver uma vacina para a dengue. “Estamos trabalhando com quatro vírus diferentes e cada um desses vírus dá uma resposta imune diferente. Isso é um complicador”.

“Esse é o ponto inicial dos eventos comemorativos aos 10 anos  do Mestrado e Doutorado em Saúde e Ambiente”, salienta a doutora Cláudia Moura de Melo, coordenadora do programa de pós-graduação. Ela lembra que durante esse período já estão formados 136 profissionais, todos com o foco interdisciplinar e com atuação em diversos Estados brasileiros.  “É um programa através do qual vimos trabalhando para que os cursos de graduação também reflitam esse nosso objetivo que é o de formar profissionais que consigam dar respostas mais efetivas por meio das interdisciplinaridades”, finaliza.

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