Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a coordenação do curso de Enfermagem do campus Farolândia elaborou uma programação composta por dois importantes momentos. O primeiro deles, quando da realização no foyer do bloco F, é uma exposição fotográfica cujo tema destaca de forma subjetiva e sob o olhar artístico dos participantes diversas situações em que a mulher sofre algum tipo de violência.
Num segundo momento, reunidos em torno da mesma temática, professores, estudantes e profissionais que atuam em diversos segmentos da sociedade participaram de um debate ocorrido à noite, no auditório B do bloco G.
A professora Juliana de Oliveira Mussi, uma das organizadoras do debate ocorrido na noite de ontem, lembra que a coordenação de Enfermagem preparou uma programação alusiva ao Dia da Mulher que se estende por toda a semana. No caso específico do debate sobre os tipos de violência sofridos pela mulher cotidianamente, a participação de palestrantes externos enriquece ainda mais a discussão. “É importante que conheçamos quais são os órgãos sociais que prestam serviços de apoio às mulheres que sofrem qualquer tipo de violência”, lembra a docente, destacando a participação de representantes da Polícia Federal (Adriano Moreira); da Defensoria Pública; da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça (Sabrina Duarte Cardoso); do Programa de Saúde da Mulher do Município (Cristiane Ludmila), uma das coordenadoras do programa; e do defensor público Sérgio Barreto Morais.
“A abordagem é propícia, especialmente no dia em homenagem ao sexo feminino que em pleno século XXI ainda é vítima de muita hostilidade, seja em relação conjugal ou não. Por uma questão cultural, a mulher ainda é vista por uma determinada parcela dos homens como um ser menor. Dentro desse contexto é muito interessante que abordemos o tema convocando a sociedade para participar dessa discussão com profundidade e reflexão”, pondera o defensor público Sérgio Barros.
A psicóloga Sabrina Cardoso da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça considera que todo momento representa uma oportunidade de falar das problemáticas que envolvem violência doméstica contra a mulher. “Sempre é urgente e importante tratar sobre a causa, especialmente quando essa fala se dirige a um grande público como o que aqui está representado”.
O delegado da Polícia Federal Adriano Moreira de Oliveira reconhece que não possui muitos dados estatísticos sobre a questão da violência. Ele lembra, entretanto, que sua área de atuação está mais relacionada a tráfico de pessoas em que geralmente as vítimas são mulheres. “Estamos sempre atentos aos melhores mecanismos de atuação contra esse tipo de criminalidade”, salienta o delegado, lembrando que há pactos de cooperação e acordos internacionais que facilitam a investigação e a punição de criminosos.
Ao participar da exposição fotográfica como um dos que procuram revelar por meio do seu olhar a violência subjetiva sofrida pela mulher, o acadêmico do 7º período de Enfermagem Osmundo José Oliveira de Góis lembra que a ideia é fazer com que a mostra desperte e sensibilize o público de todas as idades para um problema que está diretamente relacionado à mulher.
“Nossa ideia é mostrar a violência mais difícil de ser retratada e não apenas a física”, diz o acadêmico, exemplificando, assim, a subjetividade da proposta.