Os pacientes que sofrem de hiperidrose (doença que provoca uma sudorese excessiva, e pode se manifestar em uma ou mais áreas, como axilas, palma das mãos, rosto, cabeça, sola dos pés e virilha) se tornam, na maioria das vezes, vítimas de descriminação face ao desconhecimento de quem com ele convive. Pensando em informar a população em geral e ao meio científico sobre a existência da doença e o fato de que ela tem solução, a professora e médica Sônia Oliveira Lima lançou na noite da sexta-feira, 20, no auditório do bloco G da Unit uma cartilha intitulada “Gotinhas Incômodas… tem solução?”.
O suor é necessário numa quantidade equilibrada e em determinadas situações como um estado febril ou uma atividade física intensa, por exemplo. Contudo, na hiperidrose primária (ou seja, sem causa justificada), ela existe independente da temperatura.
“É uma doença que estigmatiza as pessoas”, salienta a doutora Sônia. Ela exemplifica várias situações em que o paciente está em local público e se sente constrangido por não ter como esconder o excesso de suor ou mesmo não conseguir, por exemplo, lidar com documentos uma vez que pode danificá-los manuseando-os sem o controle do gotejamento das mãos.
A cartilha que já está sendo distribuída faz parte de um projeto de doutorado em Saúde e Ambiente orientado pela doutora Sônia e foi produzida com base em depoimentos dos seus pacientes, em que relatam distintos casos, todos eles com a preponderância da inconveniência dos pacientes que chegam mesmo a se tornarem antissociais em muitas situações.
“Os pacientes transmitem pra gente o desconforto que essa doença causa e a desvalorização que a sociedade dá para ela”, revela a médica que se especializou na área e explica que há solução. “Existe o tratamento clínico, tópico e cirúrgico. Os dois primeiros são temporários com momentos de melhora, contudo, sem uma cura definitiva. O tratamento cirúrgico por sua vez, proporciona a cura definitiva”, explica da doutora Sônia afirmando que, com base em pesquisas realizadas com estudantes de Medicina do estado de Sergipe, foi constatado que o índice da doença é bastante elevado. “Num grupo de cada 100 estudantes pesquisados, 16 têm a doença”, pondera a médica.