Professora adjunta do Departamento de Sociologia da UnB, Sayonara atua nas linhas de pesquisa Educação, Ciência e Tecnologia e Política, Valores e Sociedade e desenvolveu a pesquisa “Regimes de capacidade no pragmatismo e em Amartya Sen: questões para discutir Justiça e inclusão social”.
“Na aula, abordo uma parte mais específica de minha pesquisa sobre os registros normativos de usuários do Bolsa Família. Como eles elaboram esta concepção do que é justo ou não em relação ao programa e como entendem esse dispositivo em suas próprias vidas, a partir dos recursos fornecidos pelo programa bolsa família. Além disso, como esses cidadãos e cidadãs conseguem operar, por exemplo, realizar projetos e planos de vida, a partir desses recursos”, explica a docente.
“É muito importante dialogarmos com outros pesquisadores para ampliar o nosso campo de reflexão. Esta é a primeira aula do segundo semestre para começarmos a refletir sobre direitos humanos e teoria crítica. O curso tem momentos de aulas com professores da própria instituição, convidados do próprio estado e, também, pesquisadores de outras instituições parceiras. É muito relevante trazer professores de outras áreas para que consiga fazer um debate concreto sobre direitos humanos. Não só um debate normativo, mais um debate igualmente social, político, econômico”, avalia a coordenadora do Mestrado em Direitos Humanos, professora Dra. Liziane Paixão.
Sobre a pesquisa sobre justiça e inclusão social
“Utilizo o que na sociologia pragmática é denominado de regimes de capacidade. Aproveito também um pouco o referencial do economista e filósofo Amartya Sen que é essa ideia que a capacidade das pessoas é desenvolvida no percurso de suas vidas a partir do acesso que elas possuem em relação a bens materiais e serviços”, enfatiza Dra. Sayonara.
Durante a pesquisa foram realizadas entrevistas estruturadas a partir de um questionário com abordagem relacionada tanto ao programa como aos acessos que são dados a essas pessoas, a bens e serviços, a partir da sua inclusão no Bolsa Família. “O segundo momento da pesquisa foi relacionar inclusão social com inclusão digital já que o acesso das tecnologias virou um vetor importante de qualidade de vida e até mesmo de integração ao mercado de trabalho e à sociedade. A gente também quis saber como eles entendem essa participação, essa inclusão digital, em que medida isso é importante para a trajetória escolar e de vida dos usuários e seus filhos”, finaliza a doutora.