Asscom – Como surgiu a ideia de buscar o reconhecimento internacional?
Jouberto Uchôa – O que estamos tratando aqui é de um processo de internacionalização definido no Plano de Desenvolvimento Institucional elaborado para o período de 2013 a 2017. O PDI da Unit trata sobre internacionalização em consonância com vários documentos do MEC, inclusive com o Plano Nacional de Pós-Graduação da Capes (PNPG), escrito em 2010 e com vigência de 2011 a 2020. Este plano já expressava textualmente que nós precisávamos ter internacionalização. A Unit encampou a ideia e, para fazer isso, começou com a assinatura de alguns convênios, enviando professores e alunos para o exterior, depois tomou a iniciativa de criar o Tiradentes Institute, que nos próximos meses deverá ser inaugurado em Boston. Paralelo a isso, sempre houve o desejo de receber um selo estrangeiro de qualificação.
Fernandes de Lima – No começo de 2017, o superintendente geral, professor Uchôa Junior, me convidou para conduzir este projeto. Em conversa com reitores de Portugal, fui informado sobre a Associação das Universidades Europeias, que realiza o trabalho de reconhecimento de qualidade dentro e fora da Europa, e já o fez para mais de cem instituições. É importante ressaltar que não queremos uma certificação como a do Inep, para autorização de funcionamento ou oferta de cursos. Isso a Unit já tem. O que queremos é um atestado de reconhecimento pelas comunidades acadêmicas europeias. Então, o que vamos fazer é uma avaliação institucional vista com os olhos da Europa.
Asscom – De que forma se dá essa avaliação?
Jouberto Uchôa – Faremos uma comparação entre os processos gerenciais e acadêmicos da Unit e os adotados pelas universidades europeias. Este é o foco, obter um selo em que a Associação das Universidades Europeias, formada por reitores e vice-reitores de várias universidades, ateste as semelhanças das nossas práticas. Uma vez que existam tais semelhanças, significa que estamos preparados para ampliar os convênios, a mobilização de estudantes e professores, tanto daqui para o exterior, quanto de lá para cá.
Fernandes de Lima – É importante acrescentar que este processo de avaliação internacional não faz ranking, nem analisa cursos especificamente. Ele estuda a universidade como um todo.
Asscom – E quais são as etapas do processo?
Fernandes de Lima – A primeira etapa é uma autoavaliação, que já foi iniciada, com a criação de um grupo interno que trabalha na realização de um grande levantamento de dados sobre todos os procedimentos, planejamentos estratégicos, acompanhamentos, para a confecção de um relatório. Este relatório será encaminhado para a Associação de Universidades Europeias, que o examinará e fará uma primeira visita à Unit, já marcada para 17 de abril. Durante a visita, os examinadores farão reuniões com estudantes, professores, colaboradores, gestores, e em seguida escreverão um relatório que será enviado para a Universidade Tiradentes. Neste relatório, a comissão europeia pode solicitar novas informações. Depois os avaliadores farão uma segunda visita, quando examinarão tópicos específicos, que identificaram nos relatórios como sendo importantes ou decisivos para a conceituação. E a partir dessa segunda visita, nós teremos um relatório final, que deve resultar num atestado de que a Unit preenche os requisitos ou tem o comportamento semelhante ao adotado pelas universidades europeias. É um selo de qualidade. O processo todo deve durar cerca de um ano, com conclusão em agosto ou setembro de 2018.
Jouberto Uchôa – Nos próximos meses, o grupo de trabalho coordenado pelo professor Lima percorrerá setores em busca de informações, por isso, a participação de todos é muito importante para que, em 2018, possamos dar as mãos e comemorar esta consagração que será o selo de qualidade internacional.