Por Denise Gomes e Raquel Passos
O objetivo é promover uma avaliação ampla dos paratletas. Fazendo uma classificação com mais lisura possível, o evento acontece com credibilidade. “Todo atleta com deficiência física precisa passar por essa fase de classificação funcional. Cada modalidade tem um processo de classificação, ou seja, o atletismo tem suas regras específicas, já que temos 50 classes diferentes. Assim, o atleta entra para uma banca de classificação onde são realizados testes físicos, clínicos, neurológicos, musculares e de amplitude de movimentos. Depois, ele passa por uma avaliação técnica para observá-lo em sua condição dentro da modalidade e posteriormente a observação na competição em si, que é onde fechamos a classificação”, explica o coordenador da classificação do atletismo, Marcos Miranda.
Ainda segundo o coordenador, apesar do grande índice de classificação dos inscritos, há casos de inelegibilidade. “São situações raras, mas que acontecem durante a etapa classificatória. O que ocorre é que às vezes a deficiência apresentada pelo atleta não o classifica para disputar determinada modalidade. Nesse caso, sempre orientamos que ele procure desenvolver suas habilidades em outra modalidade”, ressalta.
O paratleta de atletismo de João Pessoa (PB), Micael da Silva Alves, passou pela fase classificatória na tarde desta sexta-feira, 23, e não vê a hora de competir. “Esse primeiro contato com os atletas e os coordenadores do Comitê Paralímpico já nos coloca no clima da competição. A fase classificatória é muito importante, pois passamos por essas avaliações físicas, técnicas e de saúde, que nos dão uma noção do nosso rendimento e a certeza de que estamos bem preparados para encarar os desafios. Amanhã é o grande dia e não vejo a hora de estar na pista”, enfatizou o atleta de 16 anos.
Natação
Já a classificação funcional da natação é composta por dez classes e a avaliação é feita em três momentos. “O primeiro é realizado por um fisioterapeuta, o segundo é o teste técnico feito por um profissional de Educação Física, e uma observação em competição que é feita para alguns atletas, não para todos. Independente da deficiência que o atleta apresente, se ele pontuar o mesmo índice que outro, eles se enquadram na mesma classe. No caso das deficiências de membros ou de baixa estatura é realizada também uma medição”, explica o coordenador de classificação da natação, classificador chefe do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Guilherme Sanches.