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Tese de doutorado discute o impacto da saúde bucal em comunidades quilombolas

Durante quatro anos foi analisada a relação entre as doenças crônicas não transmissíveis e a cárie dentária com fatores demográficos e socioeconômicos

às 11h51
Um trabalho de quatro anos que resultou em grandes ganhos para as comunidades quilombolas no estado de Sergipe. Desde 2014, a professora Simone Guedes realiza visitas nestas comunidades com o intuito de analisar a relação da cárie dentária e as doenças crônicas não transmissíveis com fatores demográficos e socioeconômicos. No último dia 12 de março, a docente apresentou os resultados obtidos durante a defesa de sua tese de doutorado.
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De acordo com o projeto, as doenças não transmissíveis são responsáveis por 35 milhões de mortes a cada ano, o que representa 60% de todas as mortes em todo o mundo. Desse total, 80% em países de baixa e média renda. Diante dos dados e devido à complexidade do surgimento e evolução das doenças crônicas, tornou-se necessária a realização do estudo de como acontece o processo saúde-doença nas populações quilombolas.

No primeiro momento da pesquisa foi validado um questionário como instrumento de avaliação da qualidade de vida e impacto da saúde bucal da população quilombola.

“O questionário aplicado existe no Brasil e no mundo, no entanto, aplicado em outros públicos. Esta foi a primeira vez que foi utilizado nesta comunidade e teve uma confiabilidade muito boa nas estatísticas. Foi um trabalho inédito”, comenta Simone.

Posteriormente, verificou-se a existência da associação das doenças crônicas não transmissíveis na população estudada com o índice de cárie dentária, dentes perdidos e obturados.

“A cárie dentária tem fatores comuns junto com as doenças crônicas. A gente parte do pressuposto dos fatores de risco comum, como o tabagismo, etilismo e dietas inapropriadas. Entre vários estudos, procuramos verificar se as pessoas que tinham doenças crônicas tinham alguma severidade de cárie”, explica a professora.

“Podemos constatar que os níveis eram significativamente maiores da severidade da cárie em pessoas que tinham doenças como hipertensão arterial, colesterol elevado, doenças cardíacas e depressão. Houve uma análise estatística bastante significante nesta relação”, acrescenta.

Como finalização do trabalho, a pesquisadora também apresentou uma devolutiva à comunidade estudada. “Como também coordeno o curso de Odontologia, também abrimos as portas da clínica odontológica com os serviços que ofertamos e que podemos ofertar a eles”, enfatiza.

Sobre a docente

A professora Simone Guedes leciona na Universidade Tiradentes desde 2009 e em 2014 assumiu a coordenação do curso de Odontologia da Unit. Especialista em Saúde Coletiva, a docente é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente e finalizou o doutorado na mesma área.

“É muito importante quando você agrega conhecimento para sua vida, é um diferencial. Nós também somos espelhos para os nossos alunos. Quando eles percebem que você continua estudando, acaba incentivando a eles também de alguma forma. A caminhada é árdua, mas é prazerosa. Agradeço também bastante ao apoio fornecido pela Unit para esta grande conquista”, finaliza.

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