Uma problemática cada vez mais recorrente em escolas, ambiente de trabalho, convívio familiar ou ainda nas relações sociais. Com certeza, você já deve ter ouvido falar ou conhece alguém que já sofreu bullying. A motivação? Nem sempre é evidente. Mas as atitudes agressivas podem deixar marcas por toda a vida.
Segundo a Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, o bullying surge como uma intimidação quando existe violência física ou psicológica em atos de humilhação, e até mesmo discriminação. O comportamento também é classificado por ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, dentre outros.
No Brasil, de acordo com último levantamento realizado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, um a cada dez estudantes são alvo de intimidação, violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. E o preconceito nas escolas brasileiras só aumenta. Outra pesquisa mais recente, realizada pelas Nações Unidas com 100 mil crianças e jovens de 18 países, mostrou que, em média, metade deles sofreu algum tipo de bullying.
Com o intuito de combater e minimizar os efeitos dessa realidade em Aracaju, estudantes de Direito da Universidade Tiradentes realizam um projeto de extensão e visitam escolas públicas da capital. A iniciativa, denominada “O mal do Bullying: uma abordagem sobre a conscientização aos alunos em suas séries primárias”, desenvolve uma série de ações para estudantes do ensino fundamental.
O projeto promove intervenções como palestras e atividades lúdicas que incentivam a criança a valorizar o próximo, além de inserir os acadêmicos voluntários na temática. “O projeto nos insere em uma realidade diferente do que vivenciamos em sala de aula. Com o projeto de extensão, nós conseguimos aplicar não somente o conhecimento, como também do nosso lado emocional e pessoal nessas escolas. A gente acaba aprendendo mais ainda com as crianças que participam do projeto”, garante Karla Porto, aluna bolsista do projeto de extensão.
“Enfocamos também na conscientização das consequências jurídicas que essa prática pode repercutir tanto à criança e ao seu responsável nos termos administrativos da escola, culminando em uma suspensão, advertência ou expulsão”, declara a professora Marília Mendonça, coordenadora do projeto.
As escolas municipais de ensino fundamental Anísio Teixeira e Prof. Núbia Marques foram as primeiras a receber o projeto. “Os meus pais sempre me educaram a não praticar e nem retribuir, pois é uma prática muito ruim. Essa atividade realizada na escola permitiu que fôssemos ainda mais ensinados e educados sobre o assunto”, comenta a estudante de 9 anos Júlia Rodrigues.
Em cada instituição de ensino, as ações são realizadas durante três encontros presenciais. “A iniciativa agregou muitos valores positivos às turmas trabalhadas, pois é nessa fase que podemos perceber atos de intimidação e violência, e a ação desenvolvida aqui criou um ambiente preventivo”, assegura a diretora da escola municipal Prof. Núbia Marques, Rogéria Barbosa.