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Papo azul: debate sobre autismo reúne pais e profissionais de saúde

O atendimento, tratamento e acolhimento foram temas de debate na Universidade Tiradentes, por meio do curso de Enfermagem

às 23h52
Flávia Pimentel tem uma filha no espectro
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No mês dedicado à conscientização sobre autismo, pessoas com autismo e seus familiares conquistaram avanços na área de políticas públicas em Sergipe com a sanção da lei estadual que determina atendimento prioritário para pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Nessa perspectiva, o atendimento, tratamento e acolhimento foram temas de debate na Universidade Tiradentes, por meio do curso de Enfermagem.

Denominado de ‘Papo Azul’, o evento foi coordenado pela professora do curso de Enfermagem, Ilva Santana, que reuniu profissionais da área de saúde, acadêmicos e familiares de pessoas com autismo no debate.

“A necessidade de falar sobre o tema surgiu da minha necessidade como mãe. Meu filho está no espectro e tem 8 anos. Antes disso, sempre estive envolvida no trabalho de saúde mental. Nosso objetivo é trazer a discussão técnica para pessoas que não fossem da área de saúde. Vamos trabalhar o espectro, o porquê de um autista não ser igual ao outro, tratamentos atuais, terapias comportamentais. Vamos trazer, também, a realidade das famílias. A aceitação é difícil e precisamos acolher essas famílias”, declarou a professora da disciplina Saúde Comunitária.

O Transtorno do Espectro Autista (TEfoi coordenadoA) é um transtorno neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamento restrito e repetitivo. Os sinais geralmente desenvolvem-se gradualmente, mas algumas crianças com autismo alcançam o marco de desenvolvimento em um ritmo normal e depois regridem.

Flávia Pimentel tem uma filha no espectro e estuda enfermagem. Ela conta que criou um perfil nas redes sociais para relatar sua experiência familiar porque encontrou dificuldade no acesso às informações sobre o tema quando recebeu o diagnóstico.

“Sinto a necessidade de falar sobre autismo porque é um tema que não é discutido.  Precisamos de profissionais, principalmente na área de saúde, que saibam lidar com pessoas com autismo porque esse é um grande déficit. Os profissionais saem da Universidade e precisam se especializar no atendimento. Não deveria, o atendimento tem que ser igual para todos”, afirma, pontuando as dificuldades quando recebeu o diagnóstico da filha.

“Minha filha tem 8 anos. Foi difícil no início porque a gente idealiza quando se torna mãe e, de repente, temos que lidar com uma realidade que não se conhece. Comecei a frequentar grupos de apoio, pesquisar artigos científicos. Hoje, tenho um perfil nas redes sociais por meio do qual conto minha experiência para ajudar quem passa pela mesma situação”.

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