Aos 41 anos, Arlene Gomes passou por um momento bastante delicado. Foi após o autoexame que percebeu uma alteração na mama. Ao procurar o médico, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Arlene descobriu a doença em estágio inicial e depois de um longo período de tratamento e cirurgia está curada do câncer. Assim como Arlene, milhares de mulheres são detectadas com a doença.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o câncer de mama ainda é constituído como um dos desafios no cenário atual de envelhecimento populacional e enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. É o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no país e com mais incidente na maior parte do mundo, depois do de pele não melanoma.
De acordo com as últimas publicações mundiais do Globocan 2018 (BRAY, 2018), no Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2019 são de 59.700 novos casos, o que representa 29,5% dos cânceres em mulheres. Para se ter uma ideia do crescimento, em 2016 ocorreram 16.069 mortes de mulheres por câncer de mama no país.
“A descoberta é muito difícil. A gente para e pensa o que vai fazer. Para mim, foi muito complicado”, comenta Arlene.
Nesta quinta-feira, 17, Arlene e dezenas de mulheres do Grupo Mama Fest, voltado a pacientes oncológicas que estão fora de tratamento do Hospital de Urgência de Sergipe – HUSE, participaram de uma manhã de integração, bem-estar e autoestima. “É muito gratificante saber que tem pessoas que querem levar esta alegria e este momento de carinho para gente que passou por momentos tão difíceis. Me sinto uma pessoa vitoriosa, foi uma superação para mim. Sou uma guerreira vitoriosa”, enfatiza.
Durante a ação, os acadêmicos do curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes realizaram avaliação respiratória e de amplitude de movimento, postural, terapias manuais, além de trabalhos com fitoterápicos.
“Este é um mês alusivo à prevenção do câncer de mama, um momento de cuidado e integração. Trabalhamos diariamente com um olhar diferenciado para o paciente oncológico. Nesta ação, a proposta das disciplinas é integralizar e inserir este paciente no contexto de todas as disciplinas trabalhadas no semestre para que a gente pudesse fazer uma integração”, explica a doutora Andréa Vasconcelos, docente do curso de Fisioterapia da Unit.
“Entre os atendimentos verificamos, por exemplo, a amplitude de movimento e até que ponto, após o tratamento, houve comprometimento funcional. A partir disso, mensurar e quantificar esta amplitude para examinar a melhor proposta de tratamento fisioterapêutico que pode ser realizado. É um tipo de paciente que requer cuidados, desde o momento do diagnóstico ao final do tratamento”, acrescenta a professora.
“Para as pacientes, é um dia diferente. Muitas relatam que aguardam ansiosamente o mês de outubro, porque é como se fossem mais lembradas e acolhidas neste momento. A partir de ações como esta, elas se sentem mais especiais e acaba contribuindo na melhora física. A gente sabe que corpo e mente é um conjunto só e isso acaba influenciando positivamente”, destaca Andréa.
Já os estudantes do curso de Estética e Cosmética trabalharam com terapias alternativas e embelezamento. “As terapias alternativas ajudam muito a elevar a autoestima, e colaboram também para o alívio de sintomas. Em muitos casos, os pacientes sofrem com dor, tensão, ansiedade e este é uma forma que trabalhar sem ter efeito colateral”, salienta a professora Kelly Souza, coordenadora do curso de Estética e Cosmética da Unit.
Entre as terapias oferecidas, as pacientes receberam massagens, auriculoterapia, técnica que trabalha pontos energéticos na região da orelha, tratamento capitar, visagismo, entre outras terapias. “Muitas mulheres se isolam quando estão nesta fase com essa doença e esses momentos são importantes porque elevam a autoestima”, finaliza Kelly.
A atividade foi realizada na Universidade Tiradentes, Bloco C, Campus Aracaju Farolândia.