Com a presença do pesquisador e professor francês Bernard Charlot, a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação promoveu na noite dessa segunda-feira, 28, um encontro entre professores, mestrandos e doutorandos em Educação.
Profundo conhecedor da realidade educacional contemporânea o cientista francês radicado no Brasil fomentou uma discussão reflexiva ao proferir conferência sobre Os discursos transhumanistas e a questão da educação. Segundo o conferencista, o tema que exaustivamente debatido na Europa e Estados Unidos, no Brasil é praticamente desconhecido.
“A ideia básica preconiza que a espécie humana vai desaparecer em, no máximo, quatro décadas”. Segundo o doutor Berbnard surgirá uma nova espécie biotecnológica ou completamente tecnológica.
O estudioso explica que apesar de parecer uma ideia absurda, fantasiosa, ela está respaldada, por exemplo por empresas como a Google que despertam o interesse do governo americano. Na França, outro exemplo dado pelo doutor Bernard, existem publicações anuais opostas a essas ideias. Como crítico contumaz à essa realidade ele reforça a ideia de que os educadores precisam pensar na educação.
“Isso significa que não teremos mais um homem a ser educado e sim, um ser em processo de fabricação” alerta o estudioso ao tempo em que questiona seus pares sobre o que eles, enquanto educadores, têm a dizer sobre o sombrio quadro que já desponta no presente.
“Apesar da existência de publicações sobre cyber cultura (que levam a reflexões sobre redes), a pedagogia parou de refletir sobre o homem já”, preconiza o estudioso.
Com a demonstração de interesse em trazer a questão abordada pelo doutor Charlot para a universidade, a professora Ester Vilas Boas lembra que uma das características da Unit é permanecer atenta ao que acontece e com isso, contribuindo para a construção do futuro.
“Não poderia deixar passar a oportunidade de trazer um debate desse por um cientista reconhecido internacionalmente para apresentar aos nossos professores, coordenadores, egressos e alunos um debate de um tema tão preocupante e instigante. O objetivo é interpretar o papel que nós formadores de novos educadores devemos desempenhar nessa nova educação do século XXI”, pondera a professora Ester.