Com a pandemia do novo Coronavírus, a COVID-19, a população ficou alerta para os sinais e sintomas que podem ser indicativos da doença. Mas, você saberia como diferenciar esses sintomas de uma gripe ou até mesmo de quadros alérgicos? O que acontece agora a partir do primeiro caso confirmado de transmissão comunitária em Sergipe?
Segundo o infectologista e professor da Universidade Tiradentes, Matheus Todt, teoricamente, todo paciente com quadro gripal apresenta, além dos sinais respiratórios, os chamados sinais sistêmicos. “Todo o paciente com síndromes gripais apresenta nariz entupido, tosse, espirro ou até mesmo falta de ar. Mas, o que é mais importante ressaltar é que também tem febre, dor no corpo, cansaço e falta de apetite”, declara o médico.
“Já um quadro alérgico, o paciente só possui sintomas de quadros respiratórios, ou seja, nariz entupido, tosses, espirros, coriza, sem apresentar febre e nem queda do estado geral”, acrescenta Matheus.
Mas, e agora com a COVID-19? O especialista explica que é praticamente impossível diferenciar um quadro gripal de um paciente que tenha COVID, infecção pelo novo coronavírus. “A doença gera uma síndrome gripal. Para aqueles que tiveram contatos com quadros suspeitos ou que viajaram para ambientes onde há transmissão, pode ser potencialmente um paciente com o Coronavírus”, salienta o infectologista.
“A gripe que o novo Coronavírus gera não é mais intensa ou mais grave que outras gripe, como por exemplo, a do H1N1. O problema é que a transmissibilidade é elevada, muitas pessoas estão adoecendo e, consequentemente, um aumento no número de mortes. Geralmente, a letalidade acontece entre idosos com mais de 80 anos que tenham alguma doença prévia”, comenta Todt.
Matheus salienta que, a maioria dos casos de COVID-19, mais de 80% dos pacientes apresentarão apenas sinais comuns de gripe. “No entanto, devemos ficar alerta pois 15% pode evoluir para uma pneumonia, o que requer internamento por algum tempo, mas o paciente se recupera bem. O problema é que o restante desenvolve pneumonia grave, devem ser internados em UTI e podem morrer em até 40% dos casos”, frisa.
“A grande questão é reduzir o contágio. Menos pessoas doentes, menor número de casos graves em idosos e menor número de óbitos”, enfatiza.
Transmissão comunitária
Para o infectologista, Matheus Todt, a grande dificuldade atualmente é com o aumento de casos por meio da transmissão comunitária. “Isso quer dizer que o vírus está circulando na comunidade e não se sabe a origem da infecção de um determinado paciente”, esclarece.
Desde o último dia 20, o Ministério da Saúde declarou o reconhecimento da transmissão comunitária do coronavírus em todo o território nacional. “Desde então, todo o paciente com síndrome ou quadro gripal é potencialmente um quadro de Covid-19”, reitera.
Sergipe teve seu primeiro caso confirmado na tarde de ontem, 25. O teste foi positivo para uma mulher de 52 anos, residente em Aracaju, que não tem ligação com nenhum dos casos já confirmados.
Para evitar o aumento de casos infectados com a Covid-19, os cuidados devem ser redobrados. “Medidas simples como a informação da população, o isolamento sobretudo dos pacientes doentes, a atenção aos grupos mais vulneráveis e a higiene de mãos e superfícies tem se mostrado medidas muito efetivas”, finaliza Todt.