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Os impactos da crise global na educação internacional

Criação de novas estratégias de relacionamento e intercâmbio sem mobilidade física têm sido os maiores desafios

às 23h25
Otávio Correia,  Diretor Executivo do Tiradentes Institute, em Boston (EUA)
Otávio Correia, Diretor Executivo do Tiradentes Institute, em Boston (EUA)
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O cenário de pandemia que atingiu o planeta impôs ao mundo decisões que afetaram vários setores. Para conter a disseminação, medidas sanitárias foram adotadas, os deslocamentos foram contidos e isolamento passou a ser regra.  

Os desafios recaíram, principalmente, nos sistemas de saúde, mas a educação também foi diretamente afetada. Para os alunos que buscam aprendizagem e interação em solo estrangeiro foi necessário implementar uma nova dinâmica de estudos.

De acordo com Otávio Correia, Professor de Política Internacional, Bacharel e Mestre em Relações Internacionais e Diretor Executivo do Tiradentes Institute, em Boston (EUA), é importante considerar os alunos que estão nesse momento no exterior e que precisam de cuidado por conta da frustração.

“Temos alunos que no segundo dia passaram a enfrentar a pandemia. É preciso abraçar esse estudante porque essa foi uma experiência projetada por anos e que, infelizmente, sofreu alterações. Nosso papel nesse momento é também de acolher de modo que ele não se frustre e que possa, em um segundo momento, quando tudo isso passar, prosseguir com sua experiência internacional, de maneira física”, afirma.

Diante desse complexo cenário, falar de relações internacionais acadêmicas passou a ser um grande desafio.   

“Um dos fatores reside nas bases dessas relações. As viagens, para efetivar um intercâmbio, uma parceria ou uma visita técnica, estão limitadas. A mobilidade, inclusive dentro da própria academia, está restrita. Essa limitação termina proporcionando uma redução, significativa, na nossa capacidade de atuação”, revela Otávio.

O segundo ponto de impacto direto na mobilidade acadêmica internacional é a falta de previsibilidade. “Essa não é uma crise comum, é uma crise sanitária com vírus desconhecido. A imprevisibilidade não nos permite organizar todas as nossas ações de maneira acertada”.

Segundo Diretor Executivo do Tiradentes Institute, isso influencia diretamente em questões financeiras, de capacidade de execução de projetos e equipe, mas o cenário de desafio tem revelado outras possibilidades. “São oportunidades que sempre existiram, mas durante muito tempo, foram marginalizadas. E não estão distantes do utilizamos internamente, dentro da própria universidade. A virtualização das relações ofereceu uma nova forma do fazer na educação”, considera.

Os sistemas online lançaram um novo olhar em um contexto complexo acerca das expectativas de alunos e de professores que precisam, nesse momento, trocar a rotina de vivências de intercâmbio, por uma tela de computador.

“É uma experiência igualmente rica, mas é desafiadora. É preciso superação para adequar as questões que envolvem sistemas acadêmicos de experiência internacional, com a questão de notas. Em contrapartida, alguns projetos internacionais já estão surgindo com pesquisas locais, sem que haja a necessidade de uma viagem. Nós temos bom relacionamento com todas as universidades parceiras, mas com as quais mantemos vínculo mais forte estamos criando projetos temporários e até iniciativas que vão perdurar para além da pandemia, tudo inserido nesse cenário diferenciado de virtualização das ações”, finaliza.

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