Inquietas e sonhadoras. É dessa forma que a gêmeas Tássia Nunes e Tâmara Nunes se definem. Desde criança sabiam queriam criar coisas novas, inventar e poder fazer do mundo um lugar melhor. E foi justamente por conta dessas inquietações, em não aceitar o convencional, em buscar fazer a diferença e manter foco em uma meta de vida, que elas, juntas, conseguiram persistir ao longo de uma jornada.
A irmãs contam que a caminhada acadêmica iniciou na Universidade Tiradentes-Unit, onde cursaram Biomedicina. Ao longo do curso, aproveitaram todas as oportunidades em nome do conhecimento. Ainda no primeiro período, por incentivo dos professores, iniciaram na pesquisa científica. “Lembro que enviamos uma carta para a professora Doutora Margarete Zanardo do Instituto de Tecnologia e Pesquisa, a qual, prontamente nos recebeu carinhosamente em seu laboratório, e iniciamos a nossa jornada como alunas de iniciação científica em neurociências. Foram anos de muito aprendizado e muito incentivo”, recorda Tâmara.
Ainda na graduação, Tássia e Tâmara participaram do programa Ciência sem Fronteiras Brasil-Canadá, o qual se tornou um dos maiores aprendizados que tiveram na vida. No Canadá, conheceram novas culturas, aprenderam um novo idioma, exploraram novos aprendizados, que iam da astronomia à tecnologia. “Foi durante esse período que conhecemos mais sobre o trabalho do professor Miguel Nicolelis, um dos maiores neurocientistas mundiais, e sobre seu trabalho em neuroengenharia. Algo que um dia iria mudar a nossa vida e que despertou ainda mais a nossa curiosidade e vontade de inovar”, revela Tássia.
Ao retornar para o Brasil, imediatamente se candidataram para um estágio em neuroengenharia no Instituto Santos Dumont, fundado pelo professor Miguel Nicolelis e único lugar no Brasil que oferece pós-graduação em Neuroengenharia. Foram aceitas pelo diretor do Instituto, o professor Edgard Morya, para realizar o estágio curricular. E dois anos adiante ingressaram no programa de pós-graduação em neuroengenharia. “De biomédicas nos tornamos programadoras e desenvolvedoras de mundos virtuais controlados pelo cérebro. Aprendemos coisas que jamais imaginaríamos que iríamos ter contato. Afinal, quem pode imaginar biomédicas aprendendo sobre desenvolvimento de softwares, linguagem de programação, inteligência artificial e interface cérebro máquina?”, conta Tâmara.
Ainda no curso de neuroengenharia as gêmeas criaram a EducAR, primeira startup formada no Instituto, que busca inovar na educação por meio do uso da tecnologia de realidade virtual e aumentada. Em seis meses de existência a EducAR foi aprovada no programa Centelha do Governo Federal para atuação no estado de Sergipe e em seguida, aprovada para incubação no Tiradentes Innovation Center (TIC).
“Apesar das vitórias conquistadas, ainda temos uma longa jornada para enfrentar e levar ao mundo a nossa alegria de poder compartilhar sonhos e inspirar as pessoas a terem um propósito de vida e acreditar que cada uma delas pode fazer a diferença”, reconhece Tássia.
“O principal motivo para que os nossos sonhos viessem a se tornar realidade reside nos professores, os nossos maiores incentivadores e que acreditaram em nossa missão de que seríamos capazes de tornarmos aquilo que um dia gostaríamos de ser, inovadoras”, completa Tâmara.