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Os desafios da EJA durante a pandemia

Dificuldades, como o acesso à internet, inviabilizam a modalidade de ensino voltada para a Educação de Jovens e Adultos – EJA.

às 13h44
Professora Eliodete Bezerra
Professora Eliodete Bezerra
Professora Rita de Cássia
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“A educação é um pilar importantíssimo para o desenvolvimento de uma nação. Sem ela, não conseguimos avançar em termos políticos, econômicos, sociais e científicos, ou seja, em todas as áreas”. Com esta afirmativa, a doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Tiradentes Eliodete Coelho demonstra uma grande preocupação. Com a pandemia do novo coronavírus e as medidas de prevenção para a doença, muitos setores tiveram que se reinventar. A educação foi uma delas. 

Mas, diante de tantos desafios, quais os impactos sofridos na educação básica, mais especificamente, na modalidade de ensino voltada para a Educação de Jovens e Adultos – EJA? “Como a oferta é, principalmente, pela rede pública de ensino, ficou sem atendimento neste período da pandemia, assim como os demais níveis de ensino”, comenta a especialista. 

“As escolas públicas fecharam e, sem estrutura para dar suporte aos professores e alunos, não conseguiram atender a rede pública de ensino, por meio do uso das tecnologias digitais, com aulas on-line ou ensino remoto. No caso da EJA, ficou bem mais complicado, porque temos alunos que moram em localidades que não possuem provedores de internet ou, quando existe, é de qualidade baixa, sendo, portanto, de difícil acesso aos moradores. Há casos, também, que tem o provedor, mas os alunos e os professores não possuem condições financeiras em ter a internet em suas casas. São muitas variáveis que inviabilizam a EJA”, acrescenta.

A especialista alerta para um quadro preocupante. “Temos no Brasil um quadro assustador sobre a Educação, de maneira geral, e mais ainda sobre a EJA. No ano de 2018, nosso país apresentava um número de 11,3 milhões de analfabetos, correspondendo a 6,8% de uma população de pouco mais de 166 milhões de pessoas acima de 15 anos, de acordo com o IBGE. Embora o Brasil venha registrando queda na taxa de analfabetismo, essa redução está em ritmo bem lento”, frisa. 

Eliodete é pedagoga, mestre em Educação Escolar e, atualmente, realiza pesquisas sobre o EJA e os centros que atendem a esta modalidade de ensino. “Minha investigação gira em torno das práticas educativas voltadas para EJA, como elas acontecem no Brasil e também nos EUA. Desenvolvo pesquisa de Educação Comparada sob a orientação da professora Dra. Simone Amorim, que é líder do Grupo de Pesquisa, Educação e Sociedade: Sujeitos e Práticas Educativas (GEPES), do qual faço parte, e desenvolve pesquisas de Educação Comparada”, declara. 

“A contribuição da minha pesquisa visa fornecer respaldo científico, visibilidade para os problemas enfrentados pela EJA, as alternativas desenvolvidas e as soluções encontradas em relação às práticas educativas exitosas e que possam favorecer, sobremaneira, para uma atenção maior à EJA. De acordo com a minha experiência, aliada aos estudos realizados sobre a EJA, posso afirmar que não temos políticas públicas direcionadas para a EJA com a devida atenção que a ela deve ser dispensada”, enfatiza. 

No Brasil, a EJA possui 3.273.668 de estudantes matriculados. Já no cenário de Sergipe, o Censo Escolar da Educação Básica 2019 aponta que o número de matriculados chega a 42.238 estudantes, sendo 31.718 alunos no Ensino Fundamental e 10.523 alunos no Ensino Médio em escolas públicas municipais e estaduais.

Debate sobre o EJA

Pensando em discutir e apresentar a formação do pedagogo, além das várias possibilidades de atuação do profissional, a mestre em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Unit Rita de Cássia Cardoso é uma das idealizadoras do projeto Papo de Pedagogo. A concepção da iniciativa também conta a participação da pedagoga Dayse Santana.

“Neste momento de pandemia, acredito que é muito importante fornecer uma atenção maior para esta modalidade de ensino. Em conversa com professores e coordenadores tanto da rede municipal quanto da rede Estadual sobre a situação atual do ensino da EJA, o relato é que as escolas estão produzindo cadernos de atividade e enviando para as famílias, via WhatsApp, além de disponibilizar as atividades impressas”, observa. 

No último dia 29 de julho, a pesquisadora, que faz parte do Grupo de Estudos e Pesquisa, Comunicação, Educação e Sociedade da Universidade Tiradentes, realizou um debate on-line com o tema “Educação de jovens e adultos: atuação do pedagogo na EJA”. O bate-papo contou com a participação da doutoranda Eliodete Coelho.

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