Por Amália Roeder e Lucas Danrley
Durante todo o mês de outubro o câncer de mama ganha atenção graças à campanha de mobilização nacional conhecida como Outubro Rosa. As ações de incentivo à prevenção e a detecção precoce da doença são extremamente necessárias, pois segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde, a estimativa é de 66.280 casos novos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2023 no Brasil.
Por ser uma doença multifatorial, o câncer de mama apresenta diversos fatores de risco, alguns deles são considerados não-modificáveis, como idade, gênero, raça, idade à primeira menstruação e densidade das mamas. Outros são passíveis de serem evitados com o intuito de diminuir o risco de ter esta doença, a exemplo da obesidade, sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas e uso de terapia de reposição hormonal.
A médica oncologista e professora do curso de Medicina da Universidade Tiradentes, Thaiana Santana, destaca outro fator importante na prevenção desta doença. “Paciente com história familiar de câncer de mama devem conversar com seu médico para avaliação individualizada e a discussão de possíveis medidas para diminuir o risco dos demais familiares desenvolverem esta doença”, orienta a professora.
Para quem foi diagnosticado com a doença surge o medo e a preocupação com os altos gastos com o tratamento. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), oferta tratamento totalmente gratuito, de acordo com a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (Portaria 874/2013). O paciente diagnosticado tem direito ao cuidado integral de maneira regionalizada e descentralizada em estabelecimentos de saúde habilitados como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) ou Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).
Entre outros benefícios garantidos por lei, o usuário do SUS tem direito a começar o tratamento do câncer — incluindo cirurgia, quimioterapia ou radioterapia –, em até 60 dias a partir da data em que foi emitido o laudo do exame que comprovou a doença. Além disso, deve ter acesso gratuito a medicamentos, exames, internação e procedimentos necessários à recuperação de sua saúde dentro de um prazo razoável.
Hoje, o Brasil possui 288 unidades e centros de assistência habilitados para atender o paciente com a doença e em todos os estados brasileiros existe, no mínimo, um hospital com especialização em oncologia para realizar desde exames até cirurgias mais complexas. Sergipe conta com o Hospital de Cirurgia (Unacon com serviço de radioterapia) e o Hospital de Urgência de Sergipe – HUSE – (Unacom com serviços de Radioterapia, Hematologia e Oncologia Pediátrica).
A detecção precoce do câncer de mama é um fator primordial para a realização do tratamento, pois com o diagnóstico feito antes de a doença se tornar avançada, possibilita a execução de tratamentos menos agressivos com maiores taxas de sobrevida e melhor qualidade de vida para a paciente.
Fazem parte do arsenal terapêutico do câncer de mama: a cirurgia (radical ou conservadora), a quimioterapia, que pode ser realizada antes ou após a cirurgia e pode ser feita por via oral ou via endovenosa, a hormonioterapia, a radioterapia, as drogas-alvo e a imunoterapia.
A oncologista Thaiana Santana pontua que a definição do melhor tratamento do câncer de mama é realizada de forma individualizada, considerando diversos fatores como as características da paciente, o tipo específico e a extensão do câncer de mama. “Além disso, avaliação cuidadosa de cada paciente, com suas crenças e necessidades pessoais devem sempre ser consideradas na tomada de decisão”, conclui a médica oncologista.