“Se eu buscasse uma palavra para me definir como aluno, seria curioso. Acredito que seja de fundamental importância para cada graduando carregar consigo esta simples palavra de sete letras. Curioso por conhecimento, por vivência, por experiência.” A declaração é de Guilherme Mendes, recém-formado em Biomedicina pela Unit, aprovado em 1º lugar no Programa de Residência Multiprofissional em Assistência Cardiorrespiratória. O egresso conquistou a única vaga do programa do InCor, residência mais concorrida da América Latina.
“A curiosidade desperta em si uma ambição por conhecimento, e, como resultado, não tenho dúvidas de que o preparo será apenas uma consequência da sua caminhada. E foi assim que se baseou minha graduação”, acrescenta o biomédico.
Guilherme não queria seguir nas áreas mais tradicionais da Biomedicina e sempre foi em busca das mais desafiadoras, pouco conhecidas e que exigissem a busca por um conhecimento mais aprofundado.
“Sempre fui um estudante movido por conhecimento e que sempre amou aprofundar no que estava vivenciando, pelo simples fato de querer estar pronto para qualquer oportunidade. Foi justamente isso que me deu o diferencial em cada processo seletivo que fui aprovado, entrevista em laboratórios de pesquisa científica, na seletiva de mestrado e da residência. Todos os frutos foram colhidos não repentinamente, mas sim de um processo constante de disciplina e perseverança”, salienta.
“Eu amava estar na biblioteca, passeando pelas prateleiras e me surpreender cada vez mais com a grande diversidade de livros que eu poderia aproveitar. Assim fui criando uma rotina de sempre buscar algo novo e interessante que poderia acrescentar na minha formação. A importância do estudo nesse processo veio naturalmente, sem dúvidas, com ele, eu tinha a confiança necessária para encarar qualquer situação”, complementa.
Durante quatro anos e meio de graduação, Guilherme foi traçando a sua trajetória acadêmica e o resultado de muita dedicação não poderia ser diferente. “Quando iniciei o curso, o meu primeiro passo foi aproveitar tudo o que a universidade proporcionava aos estudantes. O Instituto de Tecnologia e Pesquisa – ITP – foi, sem dúvidas, a minha porta de entrada para ganhar ainda mais conhecimento e responsabilidade profissional”, comenta.
Guilherme foi aprovado como estudante de Iniciação Científica no Laboratório de Biologia Molecular, orientado pelo professor Jorge Alberto Lopez, e permaneceu durante dois anos como voluntário, participando de dois projetos premiados. “Eu sempre quis algo que me conectasse ainda mais com meu sonho, que era atuar na área de perfusão extracorpórea. Assim, busquei novos horizontes, seguindo como estudante de iniciação científica no Laboratório de Biofísica do Coração, na Universidade Federal de Sergipe, orientado pela professora Carla Maria Lins, curiosamente uma das primeiras coordenadoras do curso de Biomedicina da Unit. Com a oportunidade, consegui me aprofundar ainda mais no mundo da fisiologia cardiovascular, área do qual eu sou extremamente apaixonado”, frisa.
Mendes também participou de Ligas Acadêmicas, como a de Patologia e Histotecnologia – LIAPH –, na qual é um dos fundadores, e a de Circulação Extracorpórea – LACEC, única liga do estado. “Segui a minha trajetória sempre em busca de oportunidades novas e desafiadoras, conseguindo também aquelas que não são do cotidiano dos biomédicos, mas que estão à nossa volta, e que a universidade e o curso de Biomedicina nos deixam totalmente aptos e preparados para assumir com maestria. Sem dúvidas, todas as opções que são dadas para explorarmos fazem o grande diferencial do curso, e isso implica no grande número de profissionais ímpares que ajudam a formar”, garante o biomédico.
Para Guilherme, é importante reconhecer que a graduação é um processo gradual e que acordar todo dia buscando ser melhor do que ontem é fundamental. “Após quatro anos e meio de intenso estudo, é curioso refletir e reconhecer o quanto nossa mente muda com o amadurecer da graduação. Percebemos os detalhes simples que muitos dos alunos iniciantes acabam se apagando. É de fundamental importância saber que não existe rótulo para um bom aluno. Estamos acostumados ao aluno que senta na primeira cadeira e que tira 10 em todas as matérias. Eu não era um aluno assim”, afirma.
“Muitas vezes, eu sentava na fileira de trás, muitas vezes eu não consegui tirar uma nota 10 em uma matéria, por fazer dois estágios, eu chegava um pouco atrasado na aula, mas o meu esforço era diário, não existe uma jornada de sucesso sem esforço, não existe sucesso sem dedicação, e perceber isso foi o meu grande diferencial”, assegura.
“Hoje, eu acredito que um bom profissional não é aquele que se categoriza melhor em números, mas sim em vivência, em experiência, parceria, networking, empatia, respeito e acima de tudo humildade. E foi exatamente o trajeto que eu segui, somando cada uma dessas características à rotina diária de trabalho duro, esforço e muito estudo. Hoje, eu consigo dizer que sou um profissional preparado para o mercado e que atua na área em que tanto sonhou”, reitera o biomédico.
Outras conquistas
Além da primeira colocação, Guilherme também conquistou outro excelente resultado no processo seletivo da USP e ficou em terceiro lugar no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde: Síndromes e Anomalias Craniofaciais no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – HRAC. O biomédico também foi aprovado no Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal de Sergipe.
“Carrego com muito orgulho todo o meu esforço e a minha base. Sou eternamente grato por cada ensinamento da equipe fenomenal de professores e da coordenadora, professora Patrícia Almeida, que realiza um trabalho lindo e inspirador para cada aluno”, finaliza.
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