A Internet foi criada pelos Estados Unidos em 1969, a partir de pesquisas militares no auge da Guerra Fria. Mas só foi aberta ao público em 1991, desde então, tem crescido a cada ano. A chegada da pandemia do novo coronavírus fez com que esses números crescessem ainda mais, o que foi comprovado pela pesquisa do Comitê Gestor da Internet do Brasil (Cetic). Em 2020, o Brasil atingiu a marca de 152 milhões de usuários, número 7% maior em relação a 2019, em todos os segmentos analisados. Desta forma, segundo o relatório, 81% da população com mais de 10 anos têm internet em casa.
Para o professor Francisco Vital, dos Cursos de Tecnologias do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas), o que mais chamou-lhe a atenção foram dadoos que mostram que o acesso à internet por usuários da classe C passou de 80% para 91% em um ano, enquanto que os usuários das classes D e E com internet em casa saltaram de 50% para 64% na pandemia.
Neste sentido, segundo a análise de Vital, cresceu o número de acessos, mas caiu a qualidade. “Apesar de muitos terem acesso, nem todos têm acesso a internet de qualidade, pois pode estar limitado à banda larga disponível em cada região do País. Com a pandemia o crescimento do acesso aconteceu, mas por conta da baixa qualidade, vimos e soubemos de muitas reuniões virtuais em que os participantes ficavam oscilando por conta do alto número de acessos no mesmo servidor”, opina
Um dos principais motivos desse crescimento foi o isolamento social determinado para a prevenção contra o novo coronavírus, o que aumentou a necessidade de comunicação entre as pessoas. “Quase tudo ficou com acesso remoto, desde o trabalho até o pedido de compras de mercado e remédios. Quem nem pensava em ter a Internet como um meio de comunicação, teve que se reinventar e inclusive para se comunicar com familiares”, observa o professor.
Internet + TV
Pela primeira vez, o acesso à Internet pelas Smart TVs apareceu nas pesquisas superando os computadores. A proporção desse modo alcançou 44% dos usuários brasileiros, principalmente pelo consumo de cultura e entretenimento alavancado por plataformas como a Netflix e o YouTube.
Insatisfação
O aumento do acesso à rede internacional de computadores, e do consumo de servidores e provedores, levou também ao aumento do número de reclamações. O uso da internet no Brasil cresceu, somente durante o período crítico de quarentena entre 40% e 50%, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), fazendo com que em março de 2020, a Anatel registrasse 67 mil reclamações relativas à banda larga, com concentração a partir da segunda quinzena. Em abril, o volume passou de 74 mil e em maio o número foi semelhante, com mais de 73 mil queixas. Este ano o número já baixou, ficando na média de 50 mil reclamações mensais. E o site ReclameAqui, que agrega queixas dos usuários, também viu o número de publicações contendo o termo “internet” crescer: de 12 mil em março para mais de 14 mil em abril.
Asscom | Grupo Tiradentes
com informações do G1