No dia 13 de outubro comemora-se o Dia do Fisioterapeuta, uma das profissões mais impactadas durante a pandemia de covid-19. Com as implicações ocasionadas pela infecção do coronavírus, muitos pacientes precisaram de tratamento fisioterapêutico, dando visibilidade e reconhecimento aos profissionais. Mas o histórico de lutas e conquistas remonta a antes dessa crise sanitária.
Segundo a coordenadora pedagógica do curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes (Unit), Roberta Barbosa, o fisioterapeuta era um profissional consolidado no mercado, mas a visibilidade aumentou com a crise. “Percebemos a mídia olhando para a profissão de fisioterapia na mesma proporção que se olha para todos os outros profissionais que trabalham dentro de um hospital na chamada linha de frente de combate à covid-19. Mas, ao mesmo tempo que aumenta a visibilidade, aumenta também a responsabilidade. Precisamos nos preocupar em não só entender o ofício do fisioterapeuta como também entender nosso contexto nesse momento”, disse.
A atuação do fisioterapeuta vai além do tratamento pós-covid. Roberta explica como o profissional atua. “O fisioterapeuta trabalha fazendo um diagnóstico cinético funcional. Ele avalia os aparelhos muscular e esquelético como um todo. Então, o trabalho depende muito do tipo de atividade que o paciente pratica e seus hábitos de vida. O fisioterapeuta atua nessa frente tentando melhorar a qualidade de vida desses pacientes, por meio da estimulação do seu aparelho muscular esquelético”, esclareceu.
Considerada por muitos como uma profissão nova, a Fisioterapia foi legalizada e reconhecida no Brasil apenas na década de 60, mas já era reconhecida em outros países. “Assim como várias outras profissões, enfrentamos algumas questões políticas muito importantes, de valorização profissional. Passamos por um projeto de lei que foi o Ato Médico, em que um senador dizia que todos os profissionais da área da saúde deveriam ser subordinados ao médico”, exemplificou a coordenadora Roberta Barbosa.
Por isso, para a coordenadora, o Dia do Fisioterapeuta é um momento para refletir. “É sempre um momento de gratidão. Temos à frente nossos conselhos regional e federal, que nos apoiam e brigam pela nossa colocação no mercado de trabalho. São várias frentes de luta e temos conseguido avanços, que são para a própria sociedade. Esse é o momento de perceber a grande visibilidade. Infelizmente, a pandemia teve que nos dizer isso”, expressou ela.
Atualmente, o paciente tem autonomia de buscar qual profissional procurar de acordo com a necessidade e sintomas que apresenta. “Somos profissionais que podem prescrever alguns exames dentro do escopo da avaliação cinético funcional. É diferente de diagnosticar a doença. Nosso foco, digamos assim, são as sequelas, aquilo que traz alteração na qualidade de vida e atividades diárias, a nível respiratório, muscular, esquelético ou cardiovascular”, destacou.
Em breve, o fisioterapeuta será incluído como profissional essencial no Programa de Saúde da Família (PSF). “Recentemente saiu um decreto determinando que o fisioterapeuta vai poder participar de concursos e ser inserido no Programa de Saúde da Família. É uma grande conquista para nós, algo muito importante, sabendo da importância do fisioterapeuta como um agente que vai conseguir reintegrar esse indivíduo à sociedade”, mencionou a coordenadora.
Contribuindo com avanços para a área, a Unit forma profissionais fisioterapeutas oferecendo estágios em diversas especialidades. Em breve, o curso completará 26 anos de criação. “Temos que ressaltar a importância dos projetos que são desenvolvidos sempre vislumbrando a pesquisa e a extensão, que é um pilar da universidade. Essa é a nossa entrega de qualidade, um ensino rico de experiências para o aluno, oferecendo a oportunidade de ele ir a campo participar de projetos e interagir com a comunidade”, enfatizou a professora Roberta.
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