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Falta de estímulo ao magistério é discutida entre entidades de classe

Um Comitê Executivo do Conselho Estadual de Educação foi criado para discutir ações voltadas à valorização do magistério.

às 18h26
Vice-reitor da Unit sugere criação de Comitê Executivo
Mozart Neves e João Bosco Argolo Delfino
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Representantes das escolas particulares, do Conselho Estadual de Educação (CEE/SE), do Fórum Estadual de Educação, da Universidade Tiradentes (Unit) e da Faculdade Pio Décimo foram convidados pela Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Sergipe (FENEN/SE) para discutirem sobre o esvaziamento das licenciaturas. O encontro aconteceu no anfiteatro do bloco F, do campus Unit Farolândia, no último dia 23.

Com o objetivo de encontrar caminhos para motivar os jovens a buscarem formação nas licenciaturas, o membro do Conselho Nacional de Educação, diretor de Inovação e Articulação do Instituto Ayrton Senna e conselheiro do Grupo Tiradentes, professor Mozart Neves Ramos, foi o grande responsável em nortear as discussões.

Para ele, a questão da valorização da carreira do magistério, é uma preocupação legítima, real e extremamente urgente. “Como atrair jovens? Como preparar bons professores para esse novo cenário disruptivo que nós estamos vivendo? Para discutir com representantes do Conselho Estadual de Educação, procurei repassar e retratar a minha experiência, por meio dos programas que de alguma maneira eu já participei sobre essa questão”, conta Mozart Neves Ramos.

O vice-reitor da Unit, professor Jouberto Uchôa Júnior, sugeriu a construção de um Comitê para avançar nas discussões, acatado por todos. “Como esse cenário já não é mais novidade, é o que ocorre no Brasil inteiro, infelizmente. Diante disso, uma sugestão é que, em termos de operacionalização, nós poderíamos criar um Comitê multidisciplinar envolvendo conselho e as instituições, mas algo enxuto para organizar os processos e começar a trabalhar na construção dos documentos. A partir desse Comitê, poderemos fazer outras reuniões ampliando esse leque para que todos participem”, avalia. 

Portanto, o Comitê Executivo do Conselho Estadual de Educação, coordenado pelo Conselho Estadual e que passará a ser composto por outras entidades de classe, foi criado com resultado desse encontro.

O idealizador do encontro, membro do CCE/SE e da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN) e diretor técnico da FENEN, professor João Bosco Argolo Delfino, entende que o encontro foi muito importante. “Para ver se a gente consegue realizar esse movimento, começando aqui em Sergipe, para beneficiar não só jovens que saem do ensino médio em busca de um ensino superior, não só voltado para tidos de elite, mas sim para cursos que são fundamentais na formação de novas gerações, que no caso seria o magistério. Essa é a nossa preocupação e vamos nos articular para levar adiante o Conselho Executivo do Conselho Estadual de Educação e, assim, alavancar movimentos que sejam frutíferos para a educação do nosso país”, entende.

Magistério e o Plano de Carreira 

De acordo com Mozart, a partir das ações deste Comitê, o próximo passo é que um plano de estado seja desenvolvido, “Não adianta ter planos do Ministério da Educação, um plano de um governo ou outro. A gente precisa construir políticas que ultrapassem os tempos de governo porque essa mudança não se realiza da noite pro dia e há várias estratégias para isso. Precisaríamos pensar, por exemplo, em um FUNDEB da carreira que pudesse, em colaboração com estados e municípios, promover o desenvolvimento da carreira do magistério, associado a uma formação ao longo da vida”, explica Mozart Neves Ramos.

Mozart acredita que “o problema hoje não está na atratividade, não está no salário. O mais importante hoje é uma carreira atrativa, um plano de carreira que segure esse jovem, que promova o seu desenvolvimento profissional e, principalmente, faça também com que as universidades, que são as formadoras, se integrem mais com a educação básica. Então se a gente conseguir fazer esse alinhamento de esforços, eu acho que a gente tem grandes chances de dar um primeiro passo na direção de mudar esse cenário”. 

A pró-reitora de Graduação da Unit, professora Arleide Barreto, concorda:  “Fizemos estudo interno sobre a baixa procura e percebemos que este indicador acompanha muito a falta de incentivo de políticas públicas e a valorização do próprio status de ser professor, como Mozart falou. A falta de valorização do profissional faz com que as crianças já venham escolhendo outras profissões que não o professor”.

Para a coordenadora do Fórum Estadual de Educação, Jociela Moraes, a falta de valorização do professor tem permeado as discussões que ela tem acompanhado. “Como o próprio Mozart falou. Acredito muito no poder que o professor tem, de mobilizador e transformador, de gerações. O professor Mozart trouxe pra gente uma análise da necessidade de um diagnóstico para um planejamento mais assertivo e de desenhar uma política pública educacional”, pontua.

 

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