A neuroarquitetura é uma nova tendência que tem ganhado espaço entre os arquitetos e urbanistas. Ela garante que a experiência do usuário no ambiente seja a melhor possível, e por isso, investe-se cada vez mais em estudos na área. Entre os princípios da neuroarquitetura, leva-se em consideração iluminação, cores e biofilia. Além disso, para chegar ao ponto crucial de construir cômodos personalizados, é essencial conhecer a personalidade de quem irá utilizá-lo.
“Nós, arquitetos e urbanistas, sempre estamos buscando projetar ambientes que proporcionem conforto, saúde física e mental para os usuários. E através da neuroarquitetura, que surgiu a partir dessa junção entre a neurociência e arquitetura, busca-se compreender cientificamente como os ambientes construídos impactam o nosso cérebro, podendo nos motivar, nos deixar estressados, entre diversas outras sensações”, diz a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit), Msc. Ingrid Carvalho Santos Oliveira.
Segundo ela, os princípios da neuroarquitetura tem se tornado cada vez mais importantes nos projetos arquitetônicos, principalmente no pós-pandemia. “A neuroarquitetura tem como protagonista os usuários do espaço, por isso é importante saber quem é a sua persona. Para descobrir isso, pergunte-se: quais são as características de quem irá usufruir do local? Quais são as coisas que gostam e o que não gostam? Como este ambiente pode promover uma melhor experiência aos usuários?”, destaca Ingrid.
A partir dos questionamentos e conhecendo a persona, é possível pensar no ambiente adequado, levando em consideração os seguintes aspectos:
- Iluminação e ventilação: “É importante valorizar a luz natural e a ventilação, através de aberturas que permitam a entrada das luzes e dos ventos. Tudo isso é calculado pelo profissional através das legislações específicas e dos estudos do local. Valorizar esses pontos irá promover um ambiente com mais saúde. Além disso, a iluminação artificial também deve ser observada. Lâmpadas quentes possuem uma sensação de aconchego, já lâmpadas mais frias possuem uma sensação de foco e a tenção”, explica a professora.
- Cores: “As cores estão presentes no dia a dia de todos e podem guiar comportamentos. Por exemplo, trabalhar em um ambiente que é todo vermelho, pode causar sensação de irritabilidade e euforia devido à cor ser vibrante! Já a cor branca, promove uma sensação de paz. Entretanto, é importante evitar o uso excessivo de uma única cor para não criar um efeito monótono e contrário ao que se esperava”, ressalta.
- Biofilia: “A conexão dos usuários com espaços verdes está cada vez mais forte, pois garante bem-estar ao inserir vegetação nos ambientes construídos”, afirma Ingrid.
- Materiais e texturas: “Quem nunca teve uma sensação agradável ao pisar descalço em um ambiente, ou deitou-se em um tapete super confortável que não deu vontade de levantar? Todos esses materiais são estrategicamente especificados pelo arquiteto e urbanista, para proporcionar sensações boas como aconchego, felicidade, tranquilidade, entre outras”, pontua.
Além desses itens, há diversos outros que devem ser incorporados para garantir um projeto voltado aos princípios da neuroarquitetura. “Para aplicar a neuroarquitetura é essencial compreender os princípios que a envolvem. É essencial contar com o auxílio de arquitetos e urbanistas. Na Unit, buscamos inserir este conteúdo, através de grupos de pesquisa, em palestras e nas disciplinas de ateliês de projeto, para que os alunos estejam sempre atualizados e apresentar o melhor aos futuros clientes”, conclui Ingrid.
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