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A representatividade cada vez mais presente nos quadrinhos

Na vanguarda da representatividade, as histórias em quadrinhos continuam refletindo os vários perfis e tipos que compõem a sociedade

às 18h00
As histórias em quadrinhos editadas por grandes editoras, como a Marvel e a DC Comics, procuram apresentar uma maior diversidade em sua safra de personagens (Unsplash)
As histórias em quadrinhos editadas por grandes editoras, como a Marvel e a DC Comics, procuram apresentar uma maior diversidade em sua safra de personagens (Unsplash)
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As histórias em quadrinhos historicamente são uma vanguarda no que diz respeito à questão da representatividade. Muito antes do cinema buscar um protagonista negro ou uma protagonista mulher para um filme sobre super heróis, as histórias em quadrinhos, que são a base do que é esse hoje filão do cinema, já tinham isso muito bem estabelecido. Um dos exemplos mais fortes disso envolvem os personagens da DC Comics, uma das principais editoras de quadrinhos do mundo. Ainda na década de 1960, ela foi ganhando espaço como uma das primeiras a trazer questões sociais e de representatividade para as suas histórias.

“O Lanterna Verde da DC Comics, um personagem clássico da era de ouro e o Alan Scott teve uma versão reformulada que aproximava muito mais o personagem da ficção científica. Com o passar do tempo, em especial, o escritor e o desenhista criaram um personagem chamado John Stuart, o qual era um homem negro que se tornou o Lanterna Verde. As histórias tinham um cunho social muito forte, envolvendo direitos civis, onde ele foi criado pós-assassinato do Martin Luther King, período esse em que a comunidade afro-americana estava lutando por direitos que eram suprimidos pela maioria branca”, explica o professor Diego Rodrigues, doutor em Comportamento Político, especialista em Bioética e integrante do Programa de Pós Graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas (Sotepp), do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas).

O fato é que com o passar dos anos, as produções começaram a ficar mais inclusivas, o que acabou reverberando também nas histórias em quadrinhos resultando numa maior diversidade entre a safra de personagens. O professor cita como exemplo outra personagem da DC: a Batwoman, que também foi remodelada, em especial, pelo escritor chamado Greg Rucka, e na qual ela aparece como uma personagem lésbica. 

“Também não podemos esquecer a Marvel onde você tem os X-Men, que nascem justamente com uma questão envolvendo uma minoria que é perseguida e é uma metáfora perfeita para o que seria o século XX, com a ascensão dos direitos civis fundamentais de forma mais inclusiva envolvendo as minorias, as quais sejam, raciais, sexuais. Eles são uma metáfora excelente também para esse debate sobre a representatividade. Acredito que a gente não precisa retroceder muito para constatar que as histórias em quadrinhos já internalizaram essa questão da representatividade”, destaca Diego. 

Os avanços sobre representatividade nas histórias em quadrinhos, definitivamente, não param. Com o passar dos anos, novas histórias foram elaboradas onde mais questões de gênero e luta contra o preconceito foram criadas. “Podemos citar o Superman que agora tem um filho com a Lois Lane, chamado Jonathan Kent, que se revelou um homem bissexual. Isso também ganhou uma publicidade grande, chamando a atenção para o personagem. Mas, o fundamental disso tudo é ver que a DC Comics destacar que o que é mais importante são as histórias que cercam esses personagens, a representatividade é algo que vai refletir esse contexto social que nós temos hoje”, ressalta Rodrigues. 

Asscom | Grupo Tiradentes

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