Para eternizar a memória dos que se foram em decorrência da pandemia do Covid-19, crise sanitária que causou perdas irreparáveis a famílias em todo o país, a Prefeitura de Aracaju em novembro de 2022, inaugurou na praça Fausto Cardoso um memorial em homenagem às vítimas do vírus. Batizado de ‘Árvore de Lágrimas’, o monumento representa as 2.500 pessoas que morreram em virtude da doença na capital.
A coordenadora operacional do curso de Psicologia, Jamille Figueiredo, explica a importância de manter viva a memória dos entes queridos para superar o luto. “Quando morre alguém, também morre um pouco do papel social exercido por cada pessoa próxima que fica, morre o papel de filho(a), de marido, mãe, pai, avô, avó, neto (a)… O luto é um processo de enfrentamento e elaboração da perda, normal e esperado e cada indivíduo irá vivenciá-lo de uma maneira distinta”, ressalta.
Para uma pessoa em luto é comum entrar em um estado de recolhimento, onde passará por uma trajetória emocional complexa e individual, logo após a perda de um ente querido. Embora dolorosa, essa experiência é inevitável. “Embora seja a única certeza na vida de todo ser humano, a morte ainda é permeada de muitos tabus na sociedade ocidental. Geralmente quando a perda de um ente querido acontece de forma abrupta e inesperada, como em muitos casos durante a pandemia da COVID-19, tende a gerar impactos significativos à dimensão psicológica, sobretudo no que concerne aos aspectos cognitivos e emocionais”, afirma.
A psicóloga comenta que o luto deverá ser sentido. “Cada indivíduo tem a sua própria experiência com o luto. Alguns ficam mais introspectivos, outros mais deprimidos ou até mesmo frustrados. Cada perda é diferente e não há parâmetro para a dor. Dependendo da sua personalidade, experiências de vida e capacidade de gerir emoções, a pessoa em luto pode sucumbir aos sentimentos ruins no meio do caminho ou chegar ao estágio de aceitação com naturalidade. Mas caso a pessoa em sofrimento tenha dificuldade de retomar suas atividades cotidianas, é indicado procurar por atendimento psicológico e em alguns casos, também avaliação psiquiátrica”, alerta.
O monumento
O conceito do projeto executado pelo artista plástico Ruy Andrade, é para representar a tristeza da partida, mas também a ideia de renovação, reflorescimento e de esperança, remetendo ao ciclo da vida.
O monumento foi instalado sob uma base de concreto em relevo, trazendo iluminação de LED e acrílico em formato de gotas para simular as lágrimas. Além disso, a estrutura dispõe de um QR Code, que direciona os visitantes para uma página criada pela Prefeitura de Aracaju, contendo uma lista contendo os nomes de todas as vítimas da pandemia.
A Universidade Federal de Sergipe (UFS) também criou uma uma página para homenagear as vítimas da crise sanitária. No site Inumeráveis é possível conhecer a história de algumas das vítimas do Covid-19.
Clínica de Psicologia da Unit
O luto é um processo difícil, mas que pode ser atenuado com ajuda profissional. A Clínica de Psicologia da Unit realiza atendimentos psicológicos para a sociedade sergipana com tarifa social. O plantão psicológico acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e não é necessário agendamento prévio.
Para ter acesso ao atendimento na Clínica de Psicologia, o interessado pode comparecer presencialmente na Avenida Murilo Dantas, 54, bairro Farolândia, em Aracaju (SE), ou se preferir, entrar em contato pelo telefone 3218-2213.
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