A maioria dos estudantes de pós-graduação devem conhecer o termo ‘doutorado sanduíche’. Essa modalidade permite ao pesquisador usufruir da infraestrutura, condições e ensinamentos em outra instituição de ensino, tendo contato com pessoas de diferentes culturas e absorvendo perspectivas e ensinamentos, enriquecendo o seu próprio trabalho. Para isso, são disponibilizadas bolsas de incentivo por meio de agências de fomento à ciência como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Aprovada no doutorado sanduíche com uma bolsa da Capes, a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos da Universidade Tiradentes (Unit), Thauane Selva, concluirá o último ano do doutorado em Coimbra/Portugal. Durante um ano, ela fará parte de um grupo de pesquisa na área de Engenharia Química, coordenado pela professora doutora Luísa Durães, da Universidade de Coimbra.
“A vivência em Coimbra está sendo uma oportunidade sem igual. Poder conviver com profissionais de referências mundiais e aproveitar para aprender ainda mais sobre minha área é muito enriquecedor. Além disso, aproveitando a experiência de conhecer outro país, diferentes culturas e pessoas. Para mim, é uma experiência incrível, tanto profissional quanto pessoal”, conta Thauane.
Durante o doutorado, o pesquisador realiza uma pesquisa conforme uma das linhas de pesquisa sugeridas pelo programa. Em paralelo, cursa disciplinas importantes e participa de grupos e congressos para explorar e obter conhecimentos a mais na área. Com Thauane não é diferente. “Também escrevo artigos em parceria científicos e relatórios ao final de ciclos nos quais tenho feito descobertas importantes da pesquisa. Tenho experiência no estágio em docência e realizo a parte experimental e teórica para escrita de minha tese”, explica.
Diferencial
“O doutorado já é um diferencial importante para a carreira. No doutorado sanduíche, tenho a perspectiva de ampliar o conhecimento e alcançar melhores resultados com a pesquisa estudada, devido à oportunidade de utilizar os laboratórios e demais recursos de outra instituição. Também é uma oportunidade para o estudante melhorar as suas habilidades com um novo idioma e ter uma vivência internacional diferenciada e tudo isso ajuda muito a melhorar a carreira profissional”, afirma a doutoranda.
Mas, o caminho até chegar ao doutorado foi longo, começou ainda na graduação e tem perspectiva para o futuro. “As oportunidades seguidas das consequências da vida que me fizeram entrar para área da pesquisa. Tive a oportunidade de participar da Iniciação Científica e no mestrado eu pude me desenvolver ainda mais na área. Além de impulsionar minha atração pela pesquisa, ficou evidente o impacto em diversos campos que a pesquisa poderia ter. O desejo de continuar na área da pesquisa e fortalecer os estudos de materiais em nosso país é mais forte”, conta.
Incentivo
A experiência de fazer ciência fora do Brasil surgiu com o incentivo dos professores do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Processos da Unit. “Eu sempre tive vontade de fazer o doutorado sanduíche, de ter essa oportunidade fora do País, e essa vontade foi impulsionada pela pesquisa de alto nível que desenvolvemos no laboratório em colaboração com a Unit. Sempre fomos muito incentivados pelos professores, em especial, das minhas orientadoras Silvia Egues e Juliana De Conto, que sempre acreditaram na minha capacidade e no material que desenvolvo”, afirma Thauane.
No Brasil, a doutoranda faz parte do Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais (NUESC) e do Laboratório de Síntese de Materiais e Cromatografia (LSinCrom), do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), na Unit, onde desenvolve pesquisa sobre desidratação de Gás Natural contendo altos teores de CO2, utilizando Sílica.
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