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NAPPS realiza oficina de Ledor-Transcritor

O Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial (NAPPS) acompanha alunos com deficiências, autistas e com TDAH

às 19h56
Mestra em Educação, Margarida Teles
Mestra em Educação, Margarida Teles
Mestra em Educação, Margarida Teles
Equipe NAPPS
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Com o objetivo de capacitar os colaboradores da Universidade Tiradentes (Unit) sobre a importância do Ledor-transcritor no ambiente acadêmico, o Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial (NAPPS) desenvolveu a palestra “Colocando os pingos nos I’s: Eu e o outro”. O evento foi realizado nesta segunda-feira, 27.

O Projeto de Lei nº  3.513, de 2019, dispõe sobre a regulamentação do exercício profissional Ledor-Transcritor para desempenhar suas funções em escolas e em ambientes avaliativos na promoção da acessibilidade de informação para pessoas com limitações na execução da leitura e/ou da escrita em ambiente escolar e de avaliação. 

Nesse contexto, a coordenação do NAPPS convidou a palestrante e mestra em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Margarida Teles, que abordou a necessidade das instituições de ensino terem profissionais capacitados para assistir os alunos.

“Ledor-transcritor é o profissional indicado para acompanhar o aluno que tenha algum tipo de necessidade durante as aulas e provas, transmitir ao estudante com deficiência visual o conteúdo, se necessário até ajudar nas provas subjetivas, reproduzindo fielmente as afirmações do interessado”, explica Margarida.

A mestre explica que o profissional é importante desde a alfabetização de crianças, acompanhamento de pessoas com deficiências, até adultos analfabetos. “Desde os tempos primórdios que a humanidade adquiriu a capacidade de interpretar ou ler figuras gravadas nas paredes de cavernas. Sendo esse o primeiro passo para um mundo rico em informações escritas, de onde vem grande parte do saber. Pessoas que por algum motivo não conseguem ler devido algum transtorno, deficiência ou falta de estudo também devem ser incluídas no contexto de aprendizagem. Por isso a importância desse profissional em instituições de ensino ou em ambientes avaliativos para promover a acessibilidade”, destaca.

De acordo com a coordenadora e assistente social do NAPPS, Kátia Maria Araújo Souza, o Núcleo já faz acompanhamento com alunos surdos, autistas ou com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). 

“Pela primeira vez a Universidade Tiradentes recebe um aluno com paralisia cerebral. O estudante iniciou as aulas na Instituição nesse semestre e está sendo assistido por uma psicóloga que é ledora-transcritora. É importante ter esse profissional aqui porque ela o acompanha durante as aulas, dá todo o suporte necessário para que o aluno consiga acompanhar o conteúdo assim como seus colegas”, afirma 

A psicóloga, Valéria Oliveira, é a responsável por atender o estudante. Ela fala sobre as suas funções ao acompanhar o aluno em sala de aula. “Todo material que o aluno precisa ter acesso e que ele dispõe dessa tecnologia assistiva para acessá-los, que é a leitura e transcrição, eu ofereço esse auxílio ao aluno de acordo com as necessidades dele. Então faço uma leitura descritiva do conteúdo, uma leitura fiel ao que é exposto nos artigos, livros que o aluno precisa. Transcrevo o que o aluno precisa produzir, como por exemplo, redações, questões dissertativas, responder aos gabaritos das provas, anotar os apontamentos que os professores trazem durante as aulas”, explica

Segundo a psicóloga, o papel do leitor-transcritor vai além do que repassar o conteúdo apresentado em sala de aula, mas também engloba entender e atender as necessidades do aluno. Além de todo esse processo de aprendizado que engloba minha função, também é a responsável em promover uma mediação de comunicação mais efetiva entre aluno, professor e colegas. 

“É fundamental pensar na autonomia do aluno que precisa ser desenvolvida durante a graduação. O processo é construído em sala de aula com o aluno, professores e colegas para que seja efetivo não só a inclusão, mas também para que a aprendizagem seja mais efetiva. Acredito que a minha formação em psicologia pode agregar muito nesse processo. O olhar mais humanizado, mais atento às necessidades e demandas que o aluno pode apresentar, estar atenta ao que ele está sentindo. Ter essa percepção e escuta é muito importante para criar um vínculo, fazendo com que a experiência seja mais acolhedora e agregadora na Universidade”, pontua.

 

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