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Junho Laranja: mês de prevenção da anemia e leucemia

A campanha Junho Laranja alerta para duas doenças importantes do sangue: a anemia e a leucemia

às 21h03
Imagem: Freepik
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Professora do curso de Biomedicina, Isana Leal
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A campanha do Junho Laranja foi idealizada para alertar a população sobre as doenças importantes que envolvem o sangue, a anemia e a leucemia. Nos dois casos, o diagnóstico precoce aumenta as chances de controle da doença e de cura.  

O Junho Laranja é o mês dedicado à conscientização sobre anemias e leucemias, e também o Junho Vermelho, que é um mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de sangue. “O mês de junho foi escolhido em homenagem ao nascimento do imunologista, Karl Landsteiner, responsável por descobrir os tipos sanguíneos. Então como junho tornou-se  um mês voltado à atenção ao sangue”, explica a biomédica especialista em Hematologia Clínica e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Isana Leal.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 10.810 novos casos de leucemia serão diagnosticados no Brasil ainda este ano. E existem vários tipos de leucemia, classificadas com base em seu desenvolvimento (agudas ou crônicas) e de acordo com o tipo celular afetado (linfóides ou mielóides). Os pacientes com leucemias crônicas (de crescimento lento) geralmente não apresentam sintomas abruptos. 

“As anemias e leucemias são afecções sanguíneas que acometem de forma diferente as células do sangue. Em relação às anemias, existe uma deficiência na quantidade de hemoglobina, que é um pigmento que está dentro da célula vermelha do sangue que permite que no nosso organismo carregue o oxigênio”, destaca. 

Na deficiência dessa hemoglobina, o indivíduo apresenta sintomas como cansaço, fraqueza, palidez cutânea e mucosa. “É importante destacar as causas que levam a baixa quantidade de bobina, e consequentemente a anemia, são variadas. Não apenas a deficiência de ferro como a grande maioria da população associa a causa da anemia”, ressalta.

Também conhecida como câncer no sangue, a leucemia tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea (onde o sangue é fabricado), que substituem as células normais do sangue. Trata-se do tipo de câncer mais comum da infância, mas que também ocorre em adultos.  

“Já a leucemia conhecida como cancro do sangue são neoplasias que acometem a célula precursora do sangue na medula óssea por uma falha em genes que regulam a produção dessas células. Isso vai fazer com que as células sanguíneas sejam produzidas exageradamente, em grande quantidade e em algumas leucemias com alguma incapacidade de maturação. O indivíduo vai apresentar sintomas semelhantes aos da anemia e outros sintomas como sangramentos ao escovar os dentes, manchas arroxeadas pelo corpo em razão da deficiência de plaquetas, infecções e febres recorrentes por uma falha das funções dos leucócitos”, salienta. 

Mesmo que os sintomas sejam parecidos, as doenças possuem diferentes tratamentos. “Para simplificar o entendimento, a leucemia é definida como um câncer que ocorre no sangue, causado pela produção descontrolada de glóbulos brancos pela medula óssea. Essas células sanguíneas sofrem uma mutação e passam a atuar de maneira defeituosa, substituindo as células saudáveis. E a anemia é caracterizada pela diminuição da hemoglobina no sangue, causando a dificuldade no transporte de oxigênio pelo corpo. Essa deficiência tem como principais causadores a carência de nutrientes essenciais, como ferro, zinco, vitamina B12, ou a decorrência de doenças infecciosas, como HIV, tuberculose, entre outras”, complementa.

Mitos e verdades sobre anemia e leucemia

“Um mito muito comum em relação a anemia é achar que toda e qualquer anemia é por uma deficiência de ferro e isso não é verdade. Existem sim anemias que ocorrem por uma carência de ferro, mas existe tem anemia que o excesso de ferro se for ingerido se for acumulado no organismo vai trazer sérias consequências para o paciente. Então é um mito que todas as anemias acontecem por uma deficiência de ferro”, destaca a biomédica. 

Outro mito bastante reproduzido é de que pode gerar uma leucemia. “É verdade que as leucemias apresentam como quadro, como manifestação características de uma anemia, mas não significa que um pessoa que tenha anemia irá desenvolver um quadro mais agravado, levando a leucemia”, afirma

Algumas leucemias são de características genéticas e hereditárias. Crianças, mulheres em idade fértil e indivíduos com doenças crônicas são mais suscetíveis a desenvolver as doenças. “Existem características genéticas que podem desencadear um quadro de anemia ou leucemia. É importante que o paciente mantenha uma alimentação balanceada para que possa suprir o organismo com ferro, ácido fólico e vitamina B12. Para prevenir anemias, também é preciso fazer a higienização adequada dos alimentos para evitar parasitoses que podem levar ao comprometimento do organismo, e consequentemente, desenvolver uma anemia”, ressalta.

A biomédica destaca que para evitar anemias é preciso fazer regularmente um mapeamento do sangue. “A única forma que nós temos é o controle dessa doença é fazendo um diagnóstico precoce por meio da realização periódica do hemograma sanguíneo. Um exame simples e de triagem irá avaliar e demonstrar as principais características da doença. Dando um tempo hábil para a prevenção e tratamento”, pontua.

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