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Daniela Cruz compartilha sua experiência no Programa de Laboratório Social

Ela foi uma das estudantes do curso de Direito que concluíram o Trabalho de Conclusão de Curso na Universidad de Valladolid

às 12h54
Daniela Cruz durante apresentação do TCC
Daniela Cruz durante apresentação do TCC
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A recém formada no curso de Direito da Universidade Tiradentes (Unit), Daniela Cruz, foi uma das estudantes que participaram da Mobilidade Acadêmica por meio do Programa de Laboratório Social na Espanha. No primeiro semestre do ano ela e mais dois colegas passaram um mês na Universidad de Valladolid para concluírem o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Daniela realizou sua pesquisa com o tema: “A insegurança alimentar na Comunidade Xocó Sergipe: Uma análise das políticas públicas estaduais”. Ela conta que escolheu esse tema levando em consideração a problemática social que o país enfrenta em relação a implementação de políticas públicas direcionadas e especializadas para as comunidades indígenas. 

“Escrevi sobre esse assunto porque é um problema que  impacta diretamente a segurança alimentar e nutricional da comunidade. É importante que medidas sejam tomadas para amenizar esse quadro que perpetua a maioria das comunidades indígenas no Brasil, inclusive o povo Xokó em Sergipe”, salienta.

A comunidade indígena Xokó, localizada às margens do rio São Francisco, na denominada Ilha de São Pedro, fica a cerca de 220km de Aracaju, no Alto Sertão sergipano. A tribo Xocó é a única comunidade indígena de Sergipe legalmente reconhecida. Desde 9 de setembro de 1979, os indígenas voltaram a ocupar a Ilha de São Pedro, território do qual haviam sido expulsos pelos jesuítas séculos atrás. Apenas nos anos de 1990, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) homologou a Caiçara, território que eles também reivindicavam, como parte das terras indígenas de etnia Xocó.

No último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a aldeia abrigava mais de 600 índios em um território de aproximadamente 4.500 hectares. Desde 2003, o Cacique Bá é o responsável pelos assuntos materiais, administrativos e sociais da comunidade. Além disso, o cacique ainda está acumulando a função de pajé, já que o anterior faleceu e um novo ainda não foi escolhido.

Para realizar a pesquisa, Daniela se certificou que o tema teria cunho educativo e interventivo, tendo como objetivo trazer contribuições para a comunidade Xokó. Além disso, ela realizou um levantamento de possíveis projetos interventivos e de pesquisa que possam colaborar para o amadurecimento das políticas públicas e apoio estadual para com a comunidade.

“Sem dúvidas o projeto de mobilidade terá um peso maior em meu currículo e em minha trajetória acadêmica. A partir do momento em que comecei a fazer parte desse projeto, senti que o comprometimento e responsabilidade me tornaram a cada dia de pesquisa uma profissional mais competente”, frisa. 

Com o objetivo de se aprofundar nos estudos, Daniela viajou para a Espanha e ficou imersa na produção do seu TCC durante quatro semanas na Universidad de Valladolid. 

“Tive a oportunidade de poder conhecer o direito espanhol. Fui muito bem recepcionada pelos e outros professores Óscar Sánchez Muñoz e Javier Garcia Medina, que compartilharam seus conhecimentos e juntamente com o professor Fran Spinoza, me orientaram na produção do meu TCC. O período que estive lá foi de muita pesquisa, muito estudo e muito comprometimento e preparação para representar da melhor forma possível na Unit o que aprendi em Valladolid. Creio que o resultado foi bastante positivo”, afirma.

Ela ressalta que o período que esteve na Espanha irá abrir portas na sua carreira.  “Tenho certeza que essa experiência irá fazer com que outras oportunidades surjam, bem como meu conhecimento se aprimore. Estar em Valladolid foi uma excelente oportunidade de concluir a graduação com chave de ouro. A decisão de realizar o TCC em outro país, para mim consiste em um encerramento de ciclo acadêmico com chave de ouro. Levar meu TCC e meu projeto de pesquisa para outra universidade além da Unit é como sedimentar os cinco anos da academia, levando nossa pesquisa e a sua importância social e cultural para além do nosso país. Acredito que seja uma conquista pessoal e também a oportunidade de dar visibilidade a Universidade Tiradentes e a nossa cultura indígena”, declara.

Leia mais: Estudantes de Direito apresentam TCC após retornarem da Universidade de Valladolid 

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