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Estimativa aponta que em 2030 o Brasil tenha a 5ª maior população de idosos

De acordo com o IBGE, o número de idosos vai superar, pela primeira vez, o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos.

às 21h16
Imagem: Freepik
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A população mundial está envelhecendo mais rapidamente do que no passado. Na América Latina e no Caribe essa transição demográfica está ocorrendo de forma ainda mais acelerada. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em 2020 mais de 8% da população tinha 65 anos ou mais, no entanto, estima-se que até 2050 essa porcentagem dobre e exceda 30% até o final do século.

O Brasil também está passando por um rápido processo de envelhecimento populacional. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2031, o número de idosos vai superar, pela primeira vez, o de crianças e adolescentes.

De acordo com a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit) e coordenadora do Núcleo de Projetos, Pesquisa e Extensão em Arquitetura e Urbanismo (NUPPE), Rayane de Oliveira Silva Alves, com o envelhecimento da população haverá uma mudança significativa na acessibilidade, conforto e bem-estar nos lares.

“A acessibilidade nas construções já está prevista em uma variedade de legislações. Edifícios comerciais e multiresidenciais verticais, por exemplo, têm a obrigatoriedade de obedecer às normas de acessibilidade. Nós, profissionais de Arquitetura e Urbanismo, quando nos responsabilizamos tecnicamente por um projeto que exige esta adequação, emitimos um documento que declara o atendimento às normas de acessibilidade. Diante disso, para garantir o conforto e inclusão das pessoas com deficiência (PCD) ou idosos, é preciso que se faça valer as legislações existentes, considerando todas as etapas do processo, intensificando as fiscalizações de obra e aprimorando a análise de projetos pré-aprovação. Cabe ao poder público exigir (elaboração de leis mais restritivas nesse aspecto) e fiscalizar a etapa de projeto, execução e pós-construção”, destaca.

A professora explica que já existe a obrigatoriedade de inclusão na arquitetura. “Para projetar empreendimentos o profissional se responsabiliza pelo atendimento às normas de acessibilidade exigidas pela Norma Brasileira (NBR 9050) que traz critérios e parâmetros para instalação de equipamentos e adaptação de espaços, de forma que se tornem acessíveis para todas as pessoas. Há uma tendência projetual da atualidade, principalmente diante do cenário pós pandemia, as edificações tendem a incorporar medidas que possam auxiliar na qualidade de vida e consequentemente longevidade. Além disso, com o aumento da população idosa, será inevitável repensar os espaços para este público com a adoção de medidas de adequação visando maior segurança e conforto”, afirma.

Rayssa explica que é possível ter acessibilidade e design para que os lares sejam aconchegantes e bonitos. “A acessibilidade no interior das residências é uma busca do usuário diante das suas necessidades. Uma edificação residencial unifamiliar não tem obrigatoriedade legal de possuir sanitários acessíveis, por exemplo. Mas, sem dúvidas, cabe ao profissional contratado instruir o seu cliente  de que o envelhecimento é inevitável e que podem haver algumas eventualidades em que o usuário pode necessitar de um banheiro acessível, que comporte uma cadeira de rodas, por exemplo. Por isso, a assistência profissional deve ser cada vez mais exigida nas construções. Em relação ao design, o mercado se adapta a demanda, com a maior procura, o mercado vai trazendo novas possibilidades com mais beleza mas também sem esquecer da funcionalidade e eficiência dos equipamentos”, comenta.

A arquiteta frisa que a tecnologia pode ser uma forte aliada da acessibilidade, quando utilizada a seu favor. “A automação entra como solução para otimização de atividades, podendo garantir conforto, segurança e autonomia. É importante ressaltar que dentre as definições internacionais de tecnologias assistivas (que são ferramentas usadas para tentar devolver ou aproximar as habilidades funcionais de PCDs às das pessoas sem deficiência), se encontram o auxílio para a vida diária e prática, os sistemas de controle de ambientes e os projetos arquitetônicos para acessibilidade, que estão vinculados com as atribuições do arquiteto”, salienta.

A coordenadora frisa que todos os projetos que os integrantes do NUPPE se propuseram a fazer, sobretudo nas atividades de estágio, levaram em consideração os dimensionamentos exigidos por legislação para os banheiros acessíveis, acessos e circulações.

Todo projeto comercial exige detalhes de acessibilidade, no NUPPE, nós adotamos pranchas específicas somente para a acessibilidade que inclui: detalhes de placas de sinalização, detalhes de sinalização de portas envidraçadas, detalhes de identificação dos ambientes, detalhes para desníveis, detalhes de sinalização de degraus e detalhes de todos os banheiros PCD, incluindo plantas e vistas com locação das barras de apoio e seus respectivos dimensionamentos e posicionamentos de acordo com o estabelecido pela NBR 9050”, ressalta.

Vida melhor

Estudos indicam que o aumento da expectativa de vida é o principal responsável pelo crescimento da população de idosos no Brasil e no mundo. O coordenador do Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (LABIMH), doutor Estélio Henrique Martin Dantas, ressalta a necessidade da adoção de novas políticas públicas para atender essa parcela da população.

“A prática regular de atividades físicas pode trazer inúmeros benefícios para a qualidade de vida da pessoa idosa. À medida que envelhecemos, o corpo passa por mudanças naturais que podem afetar a saúde e o bem-estar. No entanto, a atividade física pode ajudar a mitigar muitos desses efeitos negativos, proporcionando uma série de vantagens para os idosos”, aponta.

Estélio ressalta que as pessoas que praticam atividades físicas conseguem envelhecer com qualidade de vida. “A prática de exercícios traz melhoras a saúde cardiovascular, fortalece os músculos e ossos, melhora a flexibilidade e equilíbrio, reduz o risco de doenças crônicas, melhora o humor e reduz o estresse. Além disso, as atividades físicas estimulam a cognição, aumenta a autonomia e independência, promove a socialização e estimula o sono saudável”, destaca.

“Em resumo, a prática de atividades físicas na terceira idade é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos idosos, proporcionando benefícios físicos, emocionais e sociais significativos. É importante ressaltar que antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é recomendado que os idosos consultem um profissional de saúde para avaliar sua condição física e receber orientações adequadas para suas necessidades individuais”, conclui.

Projeto MASTERFITTS 

Os idosos que desejam uma vida mais saudável e ativa podem participar do Projeto MASTERFITTS é uma iniciativa abrangente e interdisciplinar, envolvendo os campos da Educação Física, Medicina e Psicologia para promover a longevidade e qualidade de vida em idosos por meio de um programa individualizado e controlado de exercícios de força muscular e palestras de educação para a saúde.

O Projeto MASTERFITTS está com inscrições abertas para atender pessoas a partir de 60 anos. Para realizar a inscrição, o candidato precisa trazer um encaminhamento do médico da Unidade Básica de Saúde (UBS).

Para mais informações, entre em contato com as doutorandas: simone.ffreitas@souunit.com.br e karollyni.bastos@souunit.com.br. Ou então comparecendo no Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (LABIMH), localizado na sala 02 do Bloco F, campus Unit Farolândia. 

Com informações da OPAS 

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