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Tototós: Patrimônio Cultural Sergipano

O historiador, Ivan Rêgo, explica como as embarcações que navegam pelo Rio Sergipe se tornaram Patrimônio Cultural Sergipano.

às 13h30
Reprodução: Flickr/Bruno Couto
Reprodução: Flickr/Bruno Couto
Acervo: Governo de Sergipe
Reprodução: Flickr/Bruno Couto
Professor e historiador, Ivan Rêgo
Fonte: Acacia de Barros Souza adaptado do Atlas de Sergipe
Foto: Acervo Ivan Rêgo
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Quem visita Aracaju já deve ter se deparado com as embarcações que ficam navegando no Tio Sergipe. Conhecidas como tototós, são canoas construídas de madeira movidas por motor, que, diariamente, fazem a travessia Aracaju/Barra dos Coqueiros de passageiros dos dois municípios e também de turistas são Patrimônio Cultural Sergipano.

As tototós possuem cerca de três metros de largura e 15 metros de comprimento e são batizadas com este nome graças ao som característico emitido por seu motor de popa. Sua principal função é o transporte de pessoas. “Existe ocorrência desse tipo de embarcação no ambiente fluvial do Estado: estuário do rio Sergipe entre Aracaju, Barra dos Coqueiros, Santo. Amaro das Brotas e Laranjeiras, baixo São Francisco, municípios de Neópolis, Propriá e Gararu e em Indiaroba mais ao sul do estado, no rio Real entre Pontal-SE e Mangue Seco-BA”, é o que explica o professor do curso de Pedagogia da Universidade Tiradentes (Unit) licenciado em História, pós-graduado em História Cultural do Brasil, Ivan Rêgo. 

De acordo com o historiador, desde o final da década de 1940, as embarcações do tipo tototó cumprem a função de transportar passageiros entre as margens na foz do baixo Rio Sergipe. “A partir de 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, buscou a preservação e valorização do patrimônio naval brasileiro por meio de ações de proteção e diagnóstico de embarcações, paisagens culturais, acervos históricos e fomento às atividades relacionadas com os barcos tradicionais – pesca, culinária, artesanato, festejos, ofícios, transporte de pessoas e mercadorias”, destaca.

Embora Sergipe possua a canoa de tolda Luzitânia em Brejo Grande (SE) contemplada com ações de salvaguarda, recebendo o Prêmio Nacional Rodrigo Melo Franco de Andrade de 2011 na categoria “Preservação de Bens Móveis”, posteriormente, ações de inventariação e diagnóstico foram realizadas pelo IPHAN sobre o modo de fazer bote em São Cristóvão e canoa em Indiaroba, ambos os municípios sergipanos.

O professor salienta que por meio do Decreto-lei 7.320/11, sancionado pelo então governador do estado de Sergipe, Marcelo Déda, as embarcações denominadas “tototós” no estuário do rio Sergipe, desde 20/12/2011. São Patrimônio Cultural e Imemorial do Estado de Sergipe. 

“O decreto-lei que chancela as “tototós” como patrimônio cultural sergipano vai além das embarcações enquanto objetos materiais culturais. “Diz respeito a todo contexto que envolve as embarcações, como os costumes, memórias coletivas, modo de sobrevivência, ofício e estilo de vida. No tripé cultura, memória e identidade, vislumbram-se os aspectos da paisagem cultural, exaltada como elemento do patrimônio de uma localidade. Na busca pelos diversos saberes oriundos das comunidades autóctones, como as ribeirinhas, catadoras e pescadoras, a arte construtiva das canoas e barcos, perpassa pela valorização da tecnologia de construção, estética e beleza cênica compondo o patrimônio cultural brasileiro vinculado à paisagem fluvial”, conclui.          

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