A resiliência emocional é um termo complexo na Psicologia, porém, pode ser definido como a capacidade de uma pessoa lidar com o estresse, se recuperar emocionalmente de adversidades, reagir adequadamente e superar obstáculos quando a vida apresenta uma série de desafios. Essa capacidade não é inata ou fixa, ela pode ser aprendida e desenvolvida ao longo da vida.
É importante destacar que ser resiliente emocionalmente não significa reprimir as emoções ou evitar um determinado problema, mas sim enfrentar as situações de uma forma construtiva. Para explicar sobre essa habilidade aparentemente complexa, mas muito procurada nos profissionais, conversamos com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit), Michelle de Farias Leite.
De acordo com a profissional, a resiliência emocional, além de ser importante no mercado de trabalho, também é fundamental para os estudantes ao longo da graduação. A resiliência emocional é particularmente importante para os estudantes do Ensino a Distância (EAD), pois as características desse tipo de ensino requer autodisciplina, uma vez que os estudantes precisam gerenciar seu próprio tempo de estudo e se manter motivados.
“Além disso, é necessário lidar com o distanciamento das salas de aula tradicionais e adaptar-se a plataformas digitais. Dentro desse contexto, a resiliência emocional pode ser positiva, pois ajuda os alunos a manter o foco, superar a procrastinação, gerenciar o estresse, adaptar-se às mudanças tecnológicas, persistir diante de dificuldades acadêmicas e buscar ajuda quando necessário, promovendo assim o sucesso acadêmico e o crescimento pessoal”, destacou a professora.
A resiliência emocional é uma habilidade e, como tal, é possível de ser aprendida e desenvolvida. Segundo a psicóloga, o autoconhecimento é um caminho possível. “Refletir sobre nossos pontos fortes e nossas limitações podem promover competências associadas à resiliência. Além disso, devemos aprimorar nossas habilidades emocionais, tais como a autorregulação das emoções e a inteligência emocional, de forma a persistirmos mesmo diante das frustrações, controlarmos impulsos e regularmos o nosso humor”, avaliou.
Outros fatores que podem ajudar nesse processo é estabelecer metas realistas durante o curso, ser flexível diante de possíveis mudanças que vierem a acontecer, manter um estilo de vida saudável e procurar ajuda de um profissional de saúde mental quando necessário. Ao praticar e cultivar essas habilidades ao longo da graduação, os estudantes podem fortalecer a sua capacidade de enfrentar desafios, preparando-se para um futuro acadêmico e profissional de forma mais resiliente.
O estudantes que conseguir desenvolver essa habilidade ao longo da graduação, terá um grande diferencial quando iniciar a sua vida profissional, pois a resiliência emocional nos permite enfrentar os desafios nesse contexto com mais eficácia. “Ela nos ajuda a nos adaptarmos às mudanças constantes do mercado, bem como às pressões ou condições de trabalho que possam ser estressantes. Assim, por meio da resiliência emocional, é possível lidar com o estresse de uma forma saudável, tomar decisões mais assertivas, lidar com situações de conflito de forma construtiva, melhorando nosso bem-estar e promovendo o crescimento profissional, mesmo em situações difíceis”, finalizou.
Fonte: Louise, G., & Gail K.(2014). Emotional Resilience in the Helping Professions and how it can be Enhanced. Health and Social Care Education, 3:1, 23-34. 10.11120/hsce.2014.00040
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