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Novembro Azul envolve alunos e professores em mutirão de saúde para homens

O dia de orientação contra o câncer de próstata acontece em 25 de novembro, no Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia; doença é uma grande causa de mortes na população masculina

às 18h43
O mutirão de atendimentos, aberto e gratuito, vai acontecer no Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia, da Unit, no Bairro Industrial (Asscom Unit)
O mutirão de atendimentos, aberto e gratuito, vai acontecer no Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia, da Unit, no Bairro Industrial (Asscom Unit)
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O mês de novembro traz consigo mais uma importante iniciativa de promoção da saúde da população. Trata-se do Novembro Azul, campanha promovida no Brasil desde 2011, por iniciativa do Instituto Lado a Lado pela Vida, e que busca chamar a atenção para o câncer de próstata, uma das doenças que mais provocam mortes de homens em todo o mundo. O curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit) também participa desse esforço, aprimorando a formação prática dos estudantes através do atendimento à população e de seu esclarecimento com informações e orientações. 

Como parte das ações do Novembro Azul, esse atendimento será através de um mutirão de saúde aberto e gratuito para homens de toda a comunidade. Promovido pelo Ambulatório de Medicina, no Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia, ele acontecerá no próximo dia 25 de novembro, a partir das 8h. “O mutirão será voltado para a prevenção e diagnóstico precoce, não somente do câncer de próstata, mas também para avaliação de saúde do homem”, afirma o médico urologista Breno Amaral, que é professor do curso de Medicina. 

A atividade terá a participação de alunos do quarto ano de Medicina, que cursam disciplinas relacionadas à Urologia e, com a supervisão dos professores, atuarão diretamente no atendimento aos pacientes que buscam consultas na área. Além dos atendimentos, eles também farão palestras de orientação sobre o câncer de próstata, como detectá-lo e formas de prevenção.

Os interessados podem comparecer ao Centro de Educação e Saúde Ninota Garcia, que fica na avenida João Rodrigues, nº 200, Bairro Industrial, em Aracaju, a partir das 8h do dia 25, um sábado. Haverá distribuição de senhas e atendimentos por ordem de chegada. 

Uma doença que preocupa

Segundo estimativas do Ministério da Saúde, devem ser registrados 71.730 casos novos da doença entre 2023 e 2025, o que equivale a pouco mais de 10% dos 704 mil casos totais de câncer esperados para o mesmo triênio. Quanto ao número de mortes, ele equivale a 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

O câncer de próstata afeta principalmente homens acima dos 45 anos, a partir de tumores e outras alterações na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino que fica abaixo da bexiga, tem aparência similar a uma castanha, pesa cerca de 20 gramas e produz o chamado líquido prostático, que compõe o esperma ao somar-se com o líquido seminal e os espermatozóides. 

A principal recomendação é que os homens façam exames preventivos anualmente. Um deles é a dosagem de antígeno prostático específico (PSA), feita através de um exame de sangue. O outro, considerado o principal e mais recomendado, é o toque retal, no qual o profissional de saúde toca a próstata do paciente com um dos dedos para detectar se há ou não alguma alteração ou anormalidade. “De modo geral, o maior cuidado que o homem deve ter no manejo do câncer de próstata é uma avaliação frequente e periódica com o urologista para que, se o câncer se desenvolver, ele seja diagnosticado de uma maneira precoce”, afirma Breno.

Ele esclarece ainda que a idade mais avançada e o histórico de casos positivos na família são alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata. “Esses pacientes, à medida que o homem vai ficando mais velho, deve frequentar o urologista para que, junto e de uma maneira individualizada, estabeleça como vai fazer o seguimento e como vai fazer a detecção precoce do câncer de próstata”, diz ele. 

Os profissionais de medicina também alertam para uma maior incidência do câncer de próstata entre os homens negros, que também podem sofrer com os tipos mais agressivos da doença. De acordo com Amaral, isso não tem uma causa específica, mas pode envolver múltiplos fatores, como ordem genética, estilo de vida, aspectos ambientais e um menor acesso aos serviços de saúde. “Os homens brancos também têm câncer de próstata, e é raro acontecer abaixo dos 45 anos. Então, a partir dessa idade, a gente começa a ter uma avaliação frequente com o urologista”, pontua. 

Além dos exames periódicos, a campanha Novembro Azul também busca incentivar os homens a fazer outros exames frequentes de pressão, glicemia, colesterol e urina, bem como adotar outros cuidados com a própria saúde, como fazer exercícios físicos, equilibrar a alimentação, não fumar, praticar sexo seguro e cuidar da saúde mental. “Não há nenhuma profilaxia primária específica, mas adotar medidas de saúde saudáveis, como a alimentação balanceada e a prática de atividade física, pode contribuir para o não aparecimento [do câncer]”, ressalta o professor.

Tratamentos

O diagnóstico do câncer de próstata, quanto mais for precoce, pode facilitar o tratamento, que pode variar de acordo com a extensão da doença. O professor da Unit explica que, em casos de risco muito baixo, no qual a doença tende a não progredir, existe a opção terapêutica de vigilância ativa, que é não instituir um tratamento ativo ao paciente e fazer um acompanhamento, isentando-o dos riscos relacionados. Já nas doenças localizadas com indicação de tratamento ativo, podem ser aplicadas a cirurgia, a radioterapia,e, em casos no qual o paciente tem uma doença localmente avançada, as opções são medicações sistêmicas e quimioterapia.

“É claro que todas as chances de cura são muito maiores quando o diagnóstico e a instituição do tratamento é feito de maneira precoce, num tumor ainda em fases iniciais. Quando o tumor está em fases mais avançadas, as taxas de cura e também as complicações relacionadas ao tratamento são maiores. Pra você ter noção, a taxa de cura em pacientes com doença localizada é mais de 90%. O diagnóstico precoce tem uma diferença absurda quando a gente fala em câncer de próstata”, conclui Breno Amaral. 

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