ESTUDE NA UNIT
MENU

Independência e liberdade financeira passam por educação e planejamento

Professora da Unit fala sobre formas de planejamento das finanças pessoais e destaca essa atitude como uma forma de alcançar uma melhor relação com o dinheiro

às 19h18
Tanto a liberdade quanto a independência financeira são construídas a médio e longo prazo, a partir do planejamento adequado das próprias finanças (Karolina Grabowska/Pexels)
Tanto a liberdade quanto a independência financeira são construídas a médio e longo prazo, a partir do planejamento adequado das próprias finanças (Karolina Grabowska/Pexels)
Compartilhe:

Como viver da própria renda e poder usá-la como quiser? Esse é um status de vida desejado por muita gente, e que é possível de ser alcançado. E pode ser definido em dois conceitos que vêm sendo amplamente difundidos em blogs e redes sociais voltadas às finanças pessoais: o de independência financeira e o de liberdade financeira. Apesar de eles terem um sentido em comum, e de exigirem estratégias de planejamento e organização, trata-se de duas situações distintas. 

“Independência financeira é quando o patrimônio da pessoa gera renda suficiente para ela não ter que precisar trabalhar. Já a liberdade financeira é a pessoa ter o controle dos seus gastos, das suas rendas, para poder planejar, se programar”, esclarece a professora Flávia Karla Gonçalves, dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Tiradentes (Unit)”. 

O elo entre esses dois conceitos está no planejamento adequado das próprias finanças, isto é, entender como é a sua renda mensal, controlar o andamento das receitas e despesas, e a partir daí, traçar metas para si, sejam elas de médio ou de longo prazo. Podem ser objetivos como comprar uma casa ou um carro, fazer uma viagem, abrir um negócio próprio, cursar uma faculdade, fazer um concurso público ou progredir na carreira profissional. Aqui entra o bom e velho dever de casa: anotar e estudar o que se ganha e o que se gasta. 

“O planejamento financeiro é super importante. Tanto no tempo atual, para a pessoa verificar quanto vai gastar e quanto pode; quanto no tempo futuro, para se planejar onde ela quer chegar, e com o quê . Então, se a pessoa não se planejar, não determinar metas, ela não vai conseguir ter aquele valor guardado, viajar sem estar dependendo de gastar com o limite todo do cartão de crédito e ficar endividado sem poder pagar” explica Flávia, citando um dos problemas mais recorrentes em relação às finanças pessoais: o endividamento com o cartão de crédito, agravado principalmente pelos juros do rotativo. “Tem que ter essa consciência que cartão de crédito não é uma extensão de renda”, resume ela. 

Para além do controle dos gastos, o caminho para a independência e para liberdade financeira passa também por poupar o dinheiro e também colocá-lo para ‘trabalhar’, rendendo juros através de investimentos. Outras pessoas vão além, passando a buscar uma fonte de renda extra, oferecendo a venda de um produto ou serviço. 

Este planejamento das finanças para o cumprimento das rendas passa por um bom trabalho de educação financeira, algo que é definido pela professora como uma grande mudança de mentalidade. “É a atitude que eu tenho frente às decisões que eu vou tomar com o meu dinheiro. Essa atitude, essa mudança de mentalidade é que tem que vir para conseguir guardar um dinheiro, planejar. ‘Ah, eu quero viajar nas férias, então eu vou guardar aqui 100 reais por mês, então em 12 meses já vou ter x valor’. ‘Ah, eu vou gastar o meu dinheiro todo que eu recebi hoje e pronto, fico sem dinheiro? Ou vou dividir para programar, gastar 10 reais por dia, né? Pegar tantos por cento e deixar guardado para eu poder investir ou realizar meu sonho’”?, reflete Flávia. 

A educação financeira vem sendo trabalhada com mais frequência nas escolas e nas universidades, de modo a orientar melhor as crianças e os jovens através de disciplinas inseridas nos currículos escolares. A professora ressalta que essa educação pode ser adotada por todos e em qualquer idade, mas deve começar a ser praticada principalmente em casa, dentro da própria família, com os pais orientando os filhos. 

“A gente até aconselha  os filhos desde pequenininhos. Se a pessoa dá uma mesada ao filho, identificar: ‘Ó, esse aqui é seu dinheiro, você vai gastar com o quê, né?’ Atribuir nas tarefas de casa pra ele também já começar a ter ideia e noção do valor do dinheiro, que ele precisa ter um esforço pra ganhar aquele dinheiro. Não tem idade para começar essa educação financeira, mas quanto antes, melhor. Porque aí a pessoa já vai com a ideia, desde pequeno, de começar a se planejar para ter o controle desse dinheiro”, orienta ela.

Leia mais: 
Projeto de lei propõe educação financeira no currículo do ensino básico
Aplicativos de finanças pessoais: facilitando o controle e organização 

Compartilhe: