A Universidade Tiradentes (Unit) recebeu nesta terça-feira, 27, mais um grupo de nove estudantes estrangeiros que irão fazer atividades de mobilidade acadêmica ao longo do período 2024-1. Serão sete alunos enviados por universidades parceiras do exterior, e outros dois do Programa Laboratório Social, realizado em parceria com a Universidad de Valladolid, na Espanha. Eles participaram de um café-da-manhã de boas-vindas no Open Lab do Tiradentes Innovation Center, no Campus Farolândia, e em seguida fizeram uma visita ao Museu da Gente Sergipana, no centro de Aracaju.
Na ocasião, os intercambistas foram apresentados aos professores e coordenadores de área ligados a seus cursos, bem como aos alunos do Programa Buddy, que envolve alunos da Unit na assistência e acompanhamento dos colegas estrangeiros durante o intercâmbio. A ação foi marcada pela descontração e pela animação das conversas, além da trilha sonora com clássicos de um ritmo musical brasileiro bastante conhecido e apreciado em todo o mundo: a bossa-nova.
Um dos intercambistas é o mexicano Maurício Walls Salcedo, aluno de Nutrição da Universidad Popular Autónoma del Estado de Puebla (UPAEP), que chegou à Unit no período 2023-2 e decidiu renovar a sua mobilidade acadêmica para mais seis meses. Ele acredita que ainda tem muito o que aprender e aproveitar dessa experiência. “Na área da nutrição, acho que dá pra aprender mais como fazem a dieta. Da culinária do Brasil, ainda há muitas coisas que eu não sei. E também seguir conhecendo lugares novos e da cultura e do povo do Brasil. Eu gostei muito da Unit, das aulas, do povo nordestino, o calor da gente, a praia… Me achei muito confortável aqui”, disse ele.
Os outros alunos estrangeiros são estreantes: quatro da Colômbia e dois do Peru, que cursarão na Unit um semestre acadêmico de seus respectivos cursos. Entre elas, está Priscila Rosario, aluna de Farmácia da Universidad Católica de Santa Maria, em Arequipa (Peru). “Vim pelas pessoas, que são muito amáveis, e pela universidade, que vem me tratando muito bem, e estou comovida por isso. Os professores estão me ensinando a atuar na pesquisa, e estou aprendendo outro idioma, porque o português ainda é um idioma pouco comum na América Latina”, afirma ela.
Priscila estava acompanhada por sua buddy, Maria Luiza França Bezerra, aluna do quarto período de Farmácia da Unit, que decidiu entrar no Buddy a partir de uma dica que recebeu na Iniciação Científica. “Eu não conhecia o programa, e quando eu vi eu me encantei bastante. É uma oportunidade bastante única de você conhecer pessoas de fora, mesmo aqui na universidade. Além de aprimorar a língua, você aprimora também outras coisas. Percebo que eu estou me tornando uma pessoa muito mais comunicável agora, por estar me forçando a falar com outras pessoas, a sair da minha zona de conforto”, afirma Maria Luíza.
Para a professora Cinthia Meirelles, do curso de Farmácia, a presença dos alunos estrangeiros é um reconhecimento do potencial e dos diferenciais da Unit. “O que vai agregar para os professores e para o aluno é a troca de experiências e de culturas, de como os saberes da farmácia lá no Peru vão contribuir aqui e a gente para eles. Já tivemos a oportunidade de receber um aluno da Espanha, e foi muito positivo no sentido dos alunos conhecerem como é que funciona o mundo farmacêutico na Europa. E agora, conheceremos aqui dentro da América do Sul”, destaca ela.
Estudo comparado
Já os espanhois Jaime Gómez e Paloma Izquierdo são estudantes de Direito da Universidad de Valladolid e ficarão em Sergipe durante cerca de duas semanas, através do Laboratório Social. Para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), eles fazem uma pesquisa sobre a insegurança alimentar em comunidades originárias. A ação orientada pelo professor Fran Espinoza, do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos (PPGD), inclui visitas a uma comunidade quilombola em Amparo do São Francisco e à tribo indígena Xocó, em Porto da Folha. No estudo, a situação de segurança alimentar dessas comunidades será comparada com a dos bairros ciganos da periferia de Valladolid, uma das principais cidades espanholas.
“A princípio, pensávamos que iria ser só estudar em Valladolid e nos deram a oportunidade de vir ao Brasil, para conhecer essas comunidades e fazer um trabalho de campo. Temos a expectativa de poder realmente conhecer qual é a situação, falando com as pessoas que a padecem”, explica Jaime, que ao lado da colega, também teve uma impressão positiva da Unit e da cidade de Aracaju. “Em geral, vir aqui ao Brasil dá uma oportunidade que sempre abre a mente, ajuda a conhecer novas formas de organização. A Unit, por exemplo, é muito diferente, e isso, em relação ao futuro profissional, nos amplia os horizontes para avançar”, completa Paloma.
“Para eles, conhecer a realidade da nossa população Xocó será uma experiência enriquecedora. Uma coisa é estudar nos livros e em resultados de pesquisa, mas eles vão poder conversar com a própria comunidade e também compartilhar essa realidade com os alunos da nossa universidade”, diz o professor Espinoza. “Eu acho que a Unit é uma das universidades aqui no Nordeste que tem essa visão internacional. Para nós, também é uma experiência bastante enriquecedora”, completa.
* – alterado em 05/03/2024, às 14h15, para correção de informações