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Tecnologia de automação na área da Citologia Clínica amplia diagnóstico preventivo do câncer do colo do útero 

A nova prática, ainda pouco executada no Brasil, aprimora o processamento técnico convencional e auxilia na identificação de anormalidades que indiquem sinais da doença.

às 14h40
Patrícia de Oliveira - coordenadora do curso de Citologia Clínica da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade Tiradentes (Unit) e biomédica citologista
Patrícia de Oliveira - coordenadora do curso de Citologia Clínica da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade Tiradentes (Unit) e biomédica citologista
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Dor abdominal, sangramento menstrual prolongado e secreção vaginal são alguns dos sintomas mais comuns em quadros de câncer de colo uterino. Também chamada de câncer cervical, a doença é um dos diagnósticos cancerígenos que mais afetam mulheres de todo o mundo, apresentando um desenvolvimento lento e tendo como principal causa a infecção por certos tipos de HPV  (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), transmitidos durante a relação sexual. 

Juntamente com a vacinação, a realização periódica de exames preventivos ainda representa a melhor forma de monitorar o surgimento e evolução deste tipo de câncer. Nesta perspectiva, uma das novidades tem sido o avanço tecnológico na área da Citologia Clínica que, a partir da automação sistematizada, viabiliza uma detecção mais rápida da doença, conforme detalhe a coordenadora do curso de Citologia Clínica da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade Tiradentes (Unit) e biomédica citologista, Patrícia de Oliveira. 

“Uma das principais inovações tecnológicas é a automação laboratorial. Existe, hoje, a citologia líquida, a qual permite que, a partir de sistemas automatizados para o processamento das amostras citológicas, coloração de células e análise microscópica, a amostra chegue mais nítida, filtrando o maior número de células possível. Isso foi um dos maiores avanços em termos de tecnologia, apesar de que, grande parte do nosso país, ainda concentra o método da citologia convencional, diferente do que acontece em países desenvolvidos, onde essa automação laboratorial está mais presente”, observa a coordenadora.

Consequentemente, a mesma automação que deixa mais prático os processos que envolvem a análise de amostras dentro da citologia clínica, oferece também benefícios diretos aos profissionais especialistas que atuam no campo. Segundo Patrícia, um gasto menor de tempo nas etapas de verificação permite que mais diagnósticos sejam fornecidos, o que, por sua vez, reflete no aumento de chances de cura da doença. 

Além disso, alinhadas ao auxílio na prevenção do câncer de colo do útero, as novas tecnologias de automação laboratorial possibilitam um caminho mais rápido e preciso na observação de outras doenças que também podem ser identificadas a partir do estudo das células. Dentre as demais vantagens da citologia líquida estão:

  • A redução da degeneração celular que auxilia na preservação das amostras, aumentando a sua qualidade;
  • Distribuição mais uniforme das células, o  que amplia a detecção de anormalidades;
  • Menor probabilidade de artefatos e elementos que dificultam a visualização de células e a percepção de outras patologias, como a vaginose; 
  • Redução de amostras insatisfatórias;
  • Facilidade na triagem, processamento e transporte;
  • Entre outros. 

“Outro grande proveito é que, com uma única amostra, o profissional consegue fazer não apenas exames de citologia, mas também testes moleculares, testes para detecção de HPV e de bactérias”, complementa Patrícia. 

Precursores da Citologia no Brasil

A considerável contribuição para a medicina preventiva é uma das principais razões que demonstra a relevância por trás da especialização na área da citologia clínica. Através da investigação minuciosa das células, esses especialistas são capazes de identificar alterações sutis que podem indicar a presença de doenças em estágios iniciais, o que se torna ainda mais importante quando o assunto é o câncer, em que uma detecção ainda em fase inicial aumenta as chances de sucesso no tratamento. 

Para Patrícia, mesmo sendo indispensável, a tecnologia ainda não pode substituir o olhar profissional que, cada vez mais, demonstra ser crucial para a prática da citologia. Assim, a biomédica reforça que o estudo especializado, voltado a profissionais da medicina, biomedicina e farmácia, precisa conter doses de teoria, utilizando nomes que são pioneiros nas pesquisas sobre citologia, sem deixar de lado a prática equipada e em contextos reais, com a supervisão docente. 

“Na pós da Unit, temos quatro módulos de estágios com leitura de mama das duas metodologias, convencional e líquida. O curso reúne teoria e prática, além dos estágios em laboratórios onde cada aluno estudará com o seu respectivo equipamento. Também é válido frisar uma parceria importante da instituição que promove visitas técnicas na única empresa em Sergipe que opera com citologia líquida. Outro grande diferencial é, além de uma equipe docente com preparo, a formação conta com a presença de professores convidados e que são referência na área, a exemplo de Jacinto Costa, autor de um dos principais livros utilizados no país inteiro, e Berlley Silva Meira, pioneiro no controle de qualidade da citologia mamária, dentre outros”, destaca. 

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