Um dos tipos de câncer que mais despertam preocupação entre os médicos é o câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, de cólon e/ou reto. Trata-se do terceiro tipo mais comum da doença entre os brasileiros, e cuja incidência pode estar aumentando principalmente entre os mais jovens. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), ele já provocou 21.262 mortes em 2021 e tem uma estimativa de registrar 45.630 novos casos até 2025, em sua maioria com chances de cura.
O câncer colorretal é um tipo de tumor maligno que pode envolver o intestino grosso, bem como o reto e o ânus. Segundo o professor Marcel Lima Andrade, médico gastroenterologista e docente do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), esse tipo de câncer se forma na maioria das vezes a partir de pólipos, que são lesões benignas na parede interna do intestino, mas existem várias causas e fatores de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal.
“Idade, algumas alterações e síndromes genéticas, e doenças inflamatórias intestinais crônicas como Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa, são alguns exemplos desses fatores de risco, mas os principais incluem o tabagismo, consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas, ter uma vida sedentária, consumir bebidas alcoólicas, idade superior a 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), baixo consumo de cálcio e obesidade”, cita Marcel.
Em estágios mais avançados, o câncer colorretal pode acometer outros órgãos do corpo, como fígado, pulmão, sistema nervoso e ossos. Segundo o professor, o tratamento da doença depende do estágio e da localização da doença, podendo envolver desde pequenos procedimentos endoscópicos a outros mais complexos, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia biológica ou mesmo uma combinação entre eles.
A descoberta do câncer ainda na fase inicial é uma vantagem que aumenta a eficácia do tratamento e as chances de cura do paciente. “O diagnóstico precoce é fundamental. Em estágios iniciais a taxa de cura é superior a 90%. Além disso, mesmo após o tratamento, o paciente deve realizar um acompanhamento regular para que haja o retorno da doença, ela possa ser detectada precocemente”, orienta o professor, acrescentando que a prevenção pode ser feita através de mudanças no estilo de vida. “O mais importante é manter praticar atividade física regular, parar com o cigarro, ter uma dieta rica em alimentos naturais com fibras, como frutas, legumes, verduras e grãos, e restringir o consumo de carne vermelha, evitar embutidos (salame, presunto, enlatados) e álcool na dieta”, completa.
Março Azul-Marinho
O câncer colorretal é lembrado através da campanha Março Azul-Marinho, criada em 2020, a partir de uma orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ela fixou o dia 27 de março como dia mundial de conscientização contra a doença. E no Brasil, a data é lembrada como o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino.
“O Março Azul-Marinho é uma parceria entre o sistema de saúde e entidades de especialidades médicas com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar da população. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto hoje ocupam a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil. Mostrar a importância da prevenção e diagnóstico precoce dessa doença além de melhorar a qualidade de vida, aumenta a sobrevida da população”, finaliza Marcel.
Leia mais:
Previsão aponta queda de 12% na mortalidade prematura por câncer até 2030
A possibilidade de remissão do câncer e como ela pode levar à cura