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Março Lilás: Um mês para conscientizar sobre a prevenção do câncer de colo de útero

Campanha destaca a importância dos exames preventivos e da vacinação contra o HPV na luta contra a doença.

às 20h26
Foto: Freepik
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O câncer de colo de útero é uma das principais preocupações em saúde pública no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, para cada ano do triênio 2023-2025, sejam diagnosticados 16.590 novos casos da doença no país, o que a torna o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do colorretal. A boa notícia é que, se detectado precocemente, o câncer de colo de útero tem altas chances de cura.

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa doença, o “Março Lilás” surge como uma iniciativa fundamental para disseminar informações e promover a saúde feminina. O ginecologista obstetra e professor da Universidade Tiradentes (Unit), Rafael Rocha de Araújo, conta que o câncer de colo de útero, em seus estágios iniciais, geralmente não apresenta sintomas, mas a realização regular do exame preventivo é essencial para a detecção precoce. 

“Como se trata de uma doença que surge após a infecção persistente pelo HPV, a melhor forma de prevenção é com a vacinação contra o HPV, presente no Sistema único de Saúde (SUS), o uso de preservativos deve sempre ser estimulado para evitar novas contaminações e o exame de rastreio deve ser feito rotineiramente para identificar lesões logo no início. A principal forma de detecção se dá com o exame citopatológico (o famoso exame de lâmina ou Papanicolau), que de forma simples no consultório encontra lesões precursoras do câncer de colo de útero”, elenca.

Em estágios mais avançados, a doença pode apresentar sintomas como sangramento vaginal anormal, corrimento vaginal com odor fétido, dor pélvica e dor durante a relação sexual. “A vacinação contra o HPV age evitando a infecção com diversos tipos de HPV. No SUS é oferecida a vacina quadrivalente e cobre 4 tipos de vírus do HPV. O ideal é que a paciente seja vacinada antes do início da atividade sexual, por isso, pelo SUS só está disponível para populações específicas de adolescentes de ambos os sexos. Entretanto existem algumas indicações médicas específicas que possam indicar a vacinação de adultos e também é possível que a pessoa tome a vacina de forma particular”, orienta.

Fator de risco e conscientização 

O ginecologista ressalta que o principal fator de risco é o contato com o HPV, vírus sexualmente transmissível, que após longo tempo de exposição no corpo, pode gerar lesões do tipo verrugas genitais e lesões pré-cancerosas, a princípio invisíveis ao olho nu no colo do útero e trato genital e anal das pessoas infectadas. “A vacina para o HPV está disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, dessa forma, a pessoa vacinada diminui muito as chances de desenvolver verrugas genitais e câncer no futuro quando forem expostos ao vírus do HPV”, reforça. 

Sendo assim, as campanhas de vacinação são essenciais no mês do Março Lilás para prevenir desde antes da primeira exposição. E para complementar, as campanhas de realização de exame preventivo nas mulheres com a faixa etária adequada servem para identificar a doença inicial que é facilmente tratada antes de virar um câncer de colo de útero.

“A principal indicação do exame preventivo é identificar lesões iniciais precursoras do câncer do colo de útero, mas existem indicações precisas de quando fazer esses exames. O Ministério da Saúde indica o rastreio em mulheres de 25 a 64 anos, a princípio com dois exames seguidos anuais e depois a cada 3 anos se os resultados forem negativos. Pensando nisso, as campanhas do Março Lilás procuram divulgar a importância do exame Papanicolau e organizar mutirões para atingir a população alvo”, reitera.

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