Conquistar uma bolsa de doutorado pelo Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior (PDSE) é um marco significativo na trajetória acadêmica de qualquer estudante. Essa oportunidade não apenas reconhece o mérito na área de pesquisa, mas também representa uma chance única de crescimento pessoal e profissional.
A aluna do Programa de Pós-graduação em Direitos Humanos (PPGD) da Universidade Tiradentes (Unit), Daniela de Andrade Souza, foi uma das aprovadas. De abril até setembro, ela vai estar na Universidade de Deusto, em Bilbao, na Espanha, para aprofundar seus estudos sobre movimentos reacionários aos direitos de gênero e sexualidade na América Latina.
A escolha por Deusto não foi por acaso. A Unit e a instituição espanhola possuem um vínculo de cooperação internacional, o que facilitou o processo de coorientação da tese de Daniela. “Professores como Felipe Goméz Isa e Sergio Caballero já estiveram aqui realizando aulas inaugurais do PPGD e outras atividades acadêmicas. Na oportunidade em que Sergio Caballero esteve aqui, em novembro do ano passado, firmamos uma coorientação de tese junto com o meu orientador, Fran Espinoza”, explica.
Linha de pesquisa
Daniela pesquisa os movimentos reacionários aos direitos de gênero e sexualidade na América Latina e a institucionalização de discursos contrários a essas demandas a partir de projetos de lei que utilizam de uma linguagem jurídica antidireitos. “No plano de pesquisa do doutorado sanduíche focarei na etapa bibliográfica e documental da tese, que é o estudo dos movimentos reacionários na América Latina e das campanhas eleitorais que utilizam desse discurso para mobilizar o eleitorado”, elenca.
Sobre suas expectativas em relação à experiência internacional, a futura doutora destaca que acredita ser uma oportunidade transformadora, tanto pessoal quanto profissionalmente. “Irei participar como investigadora na equipe de pesquisa do meu orientador na Universidade de Deusto, realizando atividades de pesquisa e participando de aulas e seminários, além de desenvolver o meu plano de pesquisa, que é parte da minha tese de doutorado”, compartilha.
Sobre o apoio recebido da Unit para alcançar essa conquista, ela destaca o papel fundamental do PPGD. “O meu programa de pós-graduação, o PPGD, foi essencial para a etapa de submissão da candidatura e a aprovação pela Pró-reitoria de pesquisa. Agradeço a Fran Espinoza, meu orientador, por ser ponte e incentivo para o meu crescimento profissional e à Grasielle Vieira, minha coordenadora do PPGD, por todo o suporte, atenção e cuidado durante esse processo do sanduíche e do doutorado em si”, reconhece Daniela.
Expectativas e desafios
Daniela também vislumbra que essa experiência internacional poderá abrir portas para seu futuro acadêmico, incluindo possíveis planos de pós-doutorado. “O doutorado sanduíche é uma oportunidade para além do doutorado. Além do aprofundamento e expansão de referenciais, de ferramentas metodológicas e da própria escrita do texto da tese, é um período em que contatos podem ser feitos para futuros planos, como um pós-doutorado. A ideia, após a conclusão do doutorado, é seguir por esse caminho”, projeta.
Além dos desafios acadêmicos, a estudante está consciente dos desafios interculturais que poderão surgir durante seu período no exterior. “Com participação em eventos e conferências internacionais relacionados à área de pesquisa, aprendizado de novo idioma e familiarização com diferentes culturas”, planeja ela enfrentar esses desafios e aproveitar ao máximo essa oportunidade única de desenvolvimento pessoal e profissional.
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