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Whey protein falsificado coloca em risco a saúde de milhares de consumidores

O consumo de whey protein aumentou muito nos últimos anos; especialistas explicam como identificar um produto de qualidade e fugir de ciladas

às 12h47
O whey protein é a proteína do soro do leite que é extraída durante o processo de fabricação dos queijos, sendo de alto valor biológico (Foto: Freepik)
O whey protein é a proteína do soro do leite que é extraída durante o processo de fabricação dos queijos, sendo de alto valor biológico (Foto: Freepik)
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Em busca de hipertrofia muscular e melhor performance física, o consumo de whey protein se popularizou nos últimos anos. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Suplementos Alimentares (ABRAS) o suplemento chegou a alcançar a marca de 40 milhões de consumidores no Brasil.

Para a nutricionista esportiva e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Carla Souza, o Whey Protein pode ser um aliado importante para quem pratica atividades físicas regularmente. “Ele ajuda a complementar a dieta em relação à quantidade de proteína, na saciedade, em substituições rápidas de refeições (por ser prático), no aumento e manutenção de massa muscular e na recuperação muscular eficaz pós-exercício”, explica.

Segundo Carla, o desenvolvimento muscular e a recuperação pós exercício dependem de três fatores principais: treino adequado para hipertrofia, ingestão adequada de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e descanso. “Após o exercício há o desgaste das fibras musculares e do glicogênio hepático e muscular. Portanto devemos consumir boas fontes de carboidratos e proteínas – sendo o Whey Protein uma estratégia rápida! Como o Whey Protein é proteína, atua diretamente na construção de tecidos no corpo, principalmente músculos”, elenca a nutricionista.

Além disso, o Whey Protein pode ser utilizado por pessoas de todas as idades, desde adolescentes até idosos. “O Whey Protein pode ser uma boa opção para quem não consegue atingir a quantidade ideal de proteínas através da alimentação natural, mas é importante lembrar que ele não substitui uma alimentação saudável e equilibrada e é preciso levar em consideração as necessidades de cada pessoa”, afirma Carla Souza.

No entanto, um crescente problema acompanha esse crescimento: a proliferação de produtos falsificados, que podem colocar em risco a saúde dos consumidores. A farmacêutica e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Ingrid Borges Siqueira, alerta para os perigos ocultos por trás desses produtos.

Como identificar

A identificação de um produto de qualidade torna-se essencial diante desse cenário. “Adquirir marcas confiáveis e com boa reputação no mercado. Avaliar o rótulo do produto, um whey protein de qualidade deve conter um perfil completo de aminoácidos essenciais, especialmente os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs). Além disso, é importante a avaliação e análises de terceiros, e produtos que tenham preços razoáveis, baixo custo também pode significar não ter ingredientes de qualidade”, orienta Ingrid.

Com a variedade de opções disponíveis no mercado, é crucial que os consumidores estejam atentos aos principais pontos na escolha de um suplemento de qualidade. “Marcas conhecidas e reconhecidas no mercado são uma garantia de confiabilidade. Além disso, preços razoáveis e o cuidado com o local de venda do produto, garantindo seu acondicionamento adequado, validade, preservação do rótulo e cuidados com a exposição do produto, são aspectos a serem considerados”, adverte a farmacêutica.

A farmacêutica conta que a produção do suplemento passa por avaliação e certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como forma de garantir um controle rigoroso e de qualidade e segurança alimentar. “O whey protein falsificado pode conter substâncias não declaradas ou contaminantes, como metais pesados, pesticidas, solventes e microrganismos prejudiciais, que podem representar sérios riscos à saúde. Além disso, pode conter menor teor de proteína, e isso pode resultar ao consumidor a não alcançar suas metas.  Os riscos à segurança alimentar também podem estar associados”, enfatiza.

Riscos associados

  • Contaminação por microorganismos. Um dos principais perigos do whey protein falsificado é a contaminação por microorganismos. A manipulação e estocagem inadequadas desses produtos podem levar à presença de fungos, bactérias e outros agentes patogênicos.
  • Sobrecarga do organismo. Além do problema de consumir um produto falso, quando ele é também consumido sem orientação, pode resultar em sobrecarga do organismo. Pode acontecer da pessoa exagerar na quantidade e isso pode levar à eliminação excessiva de proteínas pelo corpo, podendo causar sobrecarga renal. É fundamental respeitar as recomendações profissionais para evitar complicações decorrentes do consumo excessivo e indiscriminado do suplemento.
  • Enjoos e gases. Enjoos, dores de cabeça e gases são sintomas que podem ocorrer tanto no uso de whey protein de qualidade quanto em produtos falsificados. “Aqueles com intolerância à proteína do leite ou à lactose são especialmente vulneráveis a esses sintomas”, diz Ingrid. Nos produtos falsificados, a presença de substâncias adicionais aumenta a probabilidade de reações adversas, representando um perigo particular para aqueles com alergias ou intolerâncias alimentares.

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