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Julho Amarelo alerta para importância do combate às hepatites virais

As hepatites são infecções que atingem o fígado e provocam complicações de leves a graves; consequências, causas e tratamentos variam de acordo com o tipo da doença

às 21h05
Ação de testagem para a detecção de hepatites B e C, uma das ações de prevenção realizadas durante o Julho Amarelo (Divulgação/Prefeitura de Urupês-SP)
Ação de testagem para a detecção de hepatites B e C, uma das ações de prevenção realizadas durante o Julho Amarelo (Divulgação/Prefeitura de Urupês-SP)
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Uma das importantes campanhas de saúde que são realizadas ao longo deste mês é o Julho Amarelo, que se refere às hepatites virais. São doenças que vêm registrando um alto índice de crescimento em todo mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Um levantamento recente da entidade mostra que as doenças causaram cerca de 3,5 mil mortes por dia e 1,3 milhão por ano em um total de 187 países, sendo a segunda principal causa infecciosa de mortes no planeta. Desse total, 83% foram causadas pela hepatite B e 17% pela hepatite C, os mais graves dentre os três tipos mais recorrentes em todo o mundo. 

As hepatites são infecções que atingem o fígado e provocam uma série de alterações e complicações, que de acordo com o tipo, podem ser leves, moderadas, agudas ou graves. “Um quadro agudo de insuficiência hepática leva a icterícia, náuseas, vômitos. Podendo evoluir para desorientação e coma (em casos raros). As hepatites crônicas têm evolução mais lenta e inicialmente sem sintomas. Porém com o passar dos anos se desenvolve fibrose e posterior cirrose hepática. A cirrose hepática é uma doença grave que cursa com câncer hepático, ascite e hemorragia digestiva alta, dentre outros problemas”, explica Frederico Santana de Lima, gastroenterologista e professor assistente do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit).

Ele acrescenta que as hepatites podem ser causadas por inúmeros fatores, como medicamentos, abuso do álcool, reações autoimunes e vírus como os dos tipos A, B e C, entre outros). “A hepatite A tem transmissão oral-fecal [por contaminação dos alimentos e da água] e não cronifica; portanto, os casos são mais comuns na infância. A hepatite B costuma ser transmitido por relações sexuais, cortes por objetos contaminados e antes do pre natal ter o formato que conhecemos, também se transmitia no parto. Eram chamados de transmissão vertical. A hepatite C, no início, não tinha teste diagnóstico e por isso era transmitido por transfusões de sangue (hoje não mais), seringas contaminadas ou outros objetos perfurantes contaminados”, detalha. 

O tratamento das hepatites virais também varia de acordo com o tipo de vírus. O mais leve é o da hepatite A, cujos pacientes melhoram espontaneamente e tem apenas 1% dos casos que evoluem para formas graves. Já a hepatite B pode ter um quadro agudo, que exige repouso e tratamento dos sintomas, e uma parte crônica, que pode levar a cirrose hepática e atinge uma pequena porcentagem dos pacientes. “Os casos crônicos são atualmente tratados com antivirais, especialmente o tenofovir e entecavir”, afirma o professor. 

As hepatites A e B podem ser prevenidas com a vacinação, enquanto a C, que mesmo com a tendência de se cronificar, tem um tratamento curativo, que dura entre três e seis meses e acontece com sucesso em 99% dos casos. Para Frederico, essas modalidades de prevenção e tratamento tendem a provocar uma diminuição na incidência de casos de hepatite, que ainda é frequente no Brasil e no mundo. Ele cita que somente os Estados Unidos têm uma incidência de 2 a 16 casos de hepatite A por 100 mil habitantes, de acordo com a idade. O estudo da OMS, por sua vez,  estima também que 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C em 2022, sendo a maioria de homens adultos com idade de 30 a 54 anos. E no mesmo ano, foram contabilizadas 2,2 milhões de novas infecções, contra 2,5 milhões em 2019.

Neste contexto, o professor da Unit destaca o Julho Amarelo como uma campanha muito importante de prevenção e esclarecimento para a saúde da população. “O fígado é um órgão indolor. Na maioria das vezes, o paciente não percebe a hepatite até que já esteja avançada. Portanto, a campanha alerta sobre a realização de exames, que informam sobre a presença da doença, levando o paciente ao tratamento, muitas vezes evitando a morte”, alerta.

Com informações da Agência Brasil

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